Dois ônibus são assaltados por dia em Cuiabá
Embora os assaltos ocorram em toda a Capital, algumas regiões são mais afetadas, como o Jardim Florianópolis, onde ocorrem 35% dos casos. O segundo bairro mais atacado é o Jardim Vitória, que registra 20% das ocorrências, e em terceiro o Novo Paraíso, com 15%.
O gestor de Segurança da MTU, Raimundo Silva Santos, destaca que a quantidade de assaltos é muito maior do que os relatos oficiais. "Vários assaltos não são registrados pelas empresas porque elas deixaram de acreditar na ação da polícia".
Relatórios com os dados já foram entregues às polícias Civil e Militar, porém Santos afirma que, até o momento, nenhuma providência foi tomada para coibir as ações. O gestor comenta que a maior preocupação das empresas de transporte é com a integridade física dos funcionários e passageiros, e não com o dinheiro levado durante os roubos.
"Nos últimos seis anos, três motoristas morreram, além de várias outras agressões sofridas, tanto pelos motoristas, como por cobradores e usuários. A segurança do cidadão é de responsabilidade do poder público. Vou entregar esse documento ao governador assim que ele voltar de férias. O Ministério Público também vai receber uma cópia".
O atrevimento dos assaltantes é tamanho que eles chegam a avisar cobradores e motoristas do horário das ações, afirma Santos. Em alguns bairros existem lugares específicos onde os coletivos podem ser abordados, segundo as leis dos assaltantes.
Para a MTU, isso é reflexo da falta de policiamento nos bairros e pontos finais de ônibus, além da iluminação pública precária. "A região central de Cuiabá está cheia de policiais, mas os bairros não. O problema se agravou depois que a Polícia Comunitária foi extinta", afirma Santos.
Outro lado - O tenente-coronel, Manoel Santos, do Comando Regional 1, confirma que a Polícia Militar recebeu o relatório da MTU. Segundo o oficial, os dados foram compilados e medidas já estão sendo tomadas para evitar novos assaltos. "A forma como é realizado esse tipo de trabalho não pode ser divulgada". Entre as ações da polícia, estão previstas rondas ostensivas nos pontos de ônibus e dentro dos coletivos, além de trabalhos nas regiões mais violentas.
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