ACM visita Lula e aconselha presidente a rejeitar pressão de aliados
A conversa durou uma hora e meia, tempo suficiente para que ACM aconselhasse Lula sobre como lidar com os partidos aliados. Sem revelar o contexto da conversa, ACM disse que pediu permissão ao presidente para sugerir que ele não se submetesse à vontade dos partidos que apóiam seu governo porque ele tem capital político suficiente para não aceitar pressões.
"Um presidente que ganha [as eleições] com 20 milhões de votos de diferença, na minha opinião não precisa se submeter a ninguém, não deve ficar refém de nenhum partido porque isso pode lhe trazer a cada hora dificuldades maiores", afirmou o senador a Lula.
E complementou: "A força [da sua vitória] não foi de um partido, mas sua. Na Bahia, o senhor [Lula] ganhou a eleição de mim de maneira surpreendente".
ACM não revelou o que Lula respondeu, mas disse que o presidente se mostrou disposto a ouvir mais a oposição. "Ele declarou que gostaria de conversar com todos os adversários como se fossem do próprio PT", disse.
Ontem, durante jantar com a bancada do PT no Senado, o presidente Lula já havia explicitado sua intenção de abrir o diálogo com a oposição.
Segundo ACM, o presidente pediu o apoio da oposição para votar matérias de interesse do Planalto que serão enviadas ao Congresso. Uma delas visa estimular a produção de biodiesel com a construção de várias usinas de aproveitamento de mamona.
Calmaria
ACM disse que não tratou a crise aérea na reunião com o presidente porque considerou indelicado falar sobre o seu desafeto, o ministro Waldir Pires (Defesa). E ainda porque o clima no gabinete do presidente era de absoluta tranqüilidade.
"Pelo ambiente que encontrei, me pareceu que está muito normal. Não parecei que tem uma crise nem no ar, na terra ou no mar", disse.
O senador classificou o encontro como "útil", disse que o presidente estava "calmo e elegante" e sinalizou que a conversa pode se repetir "quando necessário".
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