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Nacional
Quarta - 04 de Abril de 2007 às 11:28

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Surpreendidos com o anúncio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que não haverá controle absoluto de partidos sobre seus ministérios, líderes da base aliada no Congresso passaram o dia ontem reclamando de quebra de compromisso assumido. Os partidos informam que não vão cumprir a ordem e ameaçam demitir petistas do segundo escalão.

Mesmo com a fala de Lula contra a chamada "verticalização" ou "porteira fechada", segundo o jargão, o PP pretende mandar embora do Ministério das Cidades petistas que estão em postos de comando desde a gestão de Olívio Dutra, que deixou a pasta há dois anos.

O expurgo deve começar depois da Semana Santa, segundo um integrante da cúpula do partido. Há hoje cinco petistas em secretarias ou diretorias na estrutura da pasta. A primeira é a titular da poderosa Secretaria Nacional de Habitação, Inês da Silva Magalhães.

De acordo com um deputado do PP, o discurso de Lula na reunião ministerial de anteontem é completamente diferente do recado que foi dado a dirigentes do partido em audiência no dia 13 de fevereiro, no Palácio do Planalto.

Na ocasião, o presidente comunicou que manteria Fortes na pasta das Cidades e prometeu autorizar a troca de petistas por indicados do PP.

O partido almeja instalar ex-deputados nos postos hoje ocupados pelo PT. Além da Secretaria de Habitação, há petistas na Secretaria de Transporte e na chefia dos departamentos de Desenvolvimento, Cidadania e Mobilidade Urbana.

Garantias

O PMDB e o PR também dizem que tiveram garantias de Lula de que poderiam indicar totalmente os escalões intermediários em seus ministérios.

"O presidente nos disse no final do ano passado que poderíamos verticalizar os Transportes, mas depois voltou atrás", disse o deputado Sandro Mabel (PR-GO). O partido tem a intenção de fazer novas indicações para o ministério, segundo Mabel, mas preservará técnicos de "competência reconhecida", ainda que de outros partidos. Há pelo menos dois petistas nos Transportes: um comandando a Secretaria de Transportes Aquaviários e outro no Departamento de Relações Institucionais.

O líder do PTB, Jovair Arantes (GO), diz que a opção do presidente por manter o mesmo sistema de indicações de cargos do primeiro mandato é temerária. "O modelo do governo passado não deu muito certo. Teve mais erros do que acertos. Repetir é um risco", declarou. Foi a insatisfação do partido de Arantes com o loteamento político nos Correios que gerou a crise do mensalão.

O PT invariavelmente é o alvo da ira dos partidos aliados, por sua busca por cargos no segundo escalão alheio. Segundo levantamento feito pela Folha, há 42 petistas em 11 pastas controladas por outras legendas, no comando de secretarias, diretorias ou programas.





Fonte: Folha de S.Paulo

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