Controladores de vôos ameaçam parar de novo após a Páscoa
"Isso seria o caos e o governo é que teria de resolver sozinho", disse um sindicalista. "Os controladores, em sua grande maioria, não teriam problemas, já que todos têm mais de um emprego. Com as baixas, eles deixariam de sofrer e tocariam suas vidas em outras profissões, já que muito de nós somos médicos, dentistas, professores, vidraceiros e até taxistas." As duas ameaças - a de greve ampla e a de baixa coletiva - são a resposta dos sindicalistas para o recuo do governo. Mas, para demonstrar que ainda estão abertos ao diálogo, os controladores sustentam que não suspenderão as atividades de controle do tráfego aéreo durante o feriado da Páscoa.
Para os controladores, o governo e as autoridades aeronáuticas ainda não perceberam o nível de insatisfação do setor. Na avaliação das lideranças, o último motim que gerou o apagão aéreo de sexta-feira foi feito de forma intempestiva por grupos independentes de controladores, que acabaram passando por cima da orientação das próprias lideranças. "Esse recuo do governo somente favorece aos radicais, que se fortaleceram muito com a última greve", alertou um sindicalista. De acordo com um dos articuladores do movimento, a suspensão das negociações, como estratégia para enfraquecê-lo, pode acabar provocando efeito contrário. Nesse cenário, os independentes teriam seu projeto de radicalização consolidado.
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