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Nacional
Terça - 03 de Abril de 2007 às 16:20

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O Brasil não deve adotar a circuncisão como prática de saúde pública para evitar a propagação do vírus da aids, afirmou nesta terça-feira, 3, um responsável da área, ao criticar a suposta efetividade desta técnica contra a epidemia.

Um relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou recorrer à circuncisão generalizada em alguns países como forma de combater o contágio do vírus, depois que estudos feitos na África indicaram que a cirurgia ajuda a fortalecer a pele da glande e criar uma barreira natural contra o vírus HIV.

Para a diretora do Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde, Mariângela Simão, um dos problemas é que, segundo os estudos, a cirurgia para retirar a pele do prepúcio só evita a transmissão da mulher para homem, e não o contrário, segundo a Agência Brasil.

Isso significa que apenas os homens estariam protegidos, disse a especialista, ao observar que também não há dados que comprovam a diminuição da transmissão do vírus HIV entre homossexuais.

Segundo a OMS, a circuncisão como arma contra a aids só é aplicável em países onde a epidemia alcança mais de 15% da população e, nesse contexto, ficam excluídos os países da América Latina, entre eles o Brasil, onde a epidemia chega a 0,06% dos habitantes.

"Acho um pouco surpreendentes e até temerárias essas recomendações da OMS e do Programa das Nações Unidas para o HIV/aids", disse Mariângela à Agência Brasil.

Ela disse temer que os recursos dos países desenvolvidos que hoje são destinados ao tratamento da doença sejam redirecionados às cirurgias de circuncisão nos países onde a técnica é recomendada.

O programa brasileiro de prevenção e combate à aids inclui campanhas de informação, distribuição de graça de preservativos e atendimento gratuito aos doentes com entrega de remédios anti-retrovirais.





Fonte: EFE

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