Estudo diz que auge do etanol pode agravar a fome no mundo
"Os volumes enormes exigidos pela indústria do etanol estão causando ondas de choques no sistema alimentar mundial", advertiram Ford Runge e Benjamin Senauer, professores de economia da universidade de Minnesota, autores do estudo.
Com a alta das cotações do milho, o uso cada vez mais freqüente do etanol como biocombustível pode ameaçar a alimentação de 2,7 bilhões de pessoas em todo o mundo, que vivem com menos de dois dólares por dia, destacaram.
"Encher o tanque de uma 4x4 com 94,5 litros de etanol puro requer cerca de 200 kg de milho, o que representam calorias suficientes para alimentar uma pessoa durante um ano", afirmaram Runge e Senauer.
Se as cotações de petróleo se mantiverem a um nível elevado, "o rápido aumento da produção mundial de biocombustível elevará os preços do milho em até 20% até 2010 e 41% até 2020", advertiram.
Os preços de outros produtos alimentícios, como trigo e arroz, também podem subir à medida que os agricultores forem abandonando estes cultivos para plantar milho.
Segundo os autores do estudo, "o número de pessoas que enfrentam problemas de segurança alimentar crescerá 16% a cada alta de 1% dos preços reais dos produtos de primeira necessidade".
"Isto significa que 1,2 bilhão de pessoas podem morrer de fome até 2025, ou seja cerca de 600 milhões a mais que o previsto", acrescentaram.
Para enfrentar estas conseqüências, Runge e Senauer sugerem aumentar os esforços da economia nos Estados Unidos, recorrer mais a fontes alternativas de energia (solar e eólica) e desenvolver a pesquisa de produção de etanol a partir da celulose, retirada de árvores, plantas ou ervas.
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