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Quarta - 11 de Dezembro de 2013 às 21:44
Por: Francis Amorim

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 Um ano de luto. É desta forma que a Famato está lembrando o dia 10 de dezembro de 2012, data que marcou o início da retirada das sete mil famílias que moravam na gleba Suiá-Missú - Alto Boa Vista e São Félix do Araguaia - região Nordeste de Mato Grosso. A desintrusão, determinada pela Justiça para a criação da Terra Indígena Xavante Marãiwatsédé, até hoje repercuti, mas de forma negativa. Os produtores alegam viver o drama de ter deixado tudo para trás e estarem vivendo na mais extrema miséria. 


 
  Depois de resistir à desocupação e entrarem em confronto com a Força Nacional, deslocada para a gleba para o cumprimento da decisão, as famílias tentam recomeçar, mesmo em meio a tragédia. Nos últimos 12 meses, 25 pessoas morreram por causas diversas, entre elas o suicídio e depressão. Hoje o alcoolismo, o consumo de drogas e a prostituição fazem parte do dia-a-dia dos produtores rurais.


 
  Um exemplo claro dessa realidade é a produtora Nailza Bispo. Ela herdou 100 alqueires do pai e ali criava gado para garantir o sustento da família. Hoje vive de favor na casa de parentes em Alto Boa Vista. "É difícil traduzir nossa situação em palavras. Vivemos uma verdadeira guerra. Ver tudo o que construímos destruído, estar vivendo de favor, passando fome, enquanto até pouco tempo atrás produzíamos o nosso alimento, é muito triste. Olho para meus filhos e temo pelo futuro deles. Mas não vou perder a minha fé e esperança", comenta.


 
   Outros produtores também vivem a mesma situação. "Destruíram as casas e propriedades da área, mas nenhum índio está vivendo lá. Pessoas estão morrendo e assim vai continuar. Até agora já registramos 25 mortes. Embora as poucas promessas de ajuda continuem na intenção, as pessoas que tiveram suas vidas arrancadas vivem em situação de desespero", desabafa o presidente da Associação dos Produtores Rurais da Área Suiá-Missú (Aprossum), Sebastião Prado.


 
  Passado esse primeiro ano, os produtores ainda aguardam por uma reviravolta no caso, já que o processo de desocupação pode chegar ao Superior Tribunal Federal (STF). Enquanto isso não acontece, eles esperam pelo cumprimento de uma promessa do governo federal em assentá-los em outra área, fato que ainda não aconteceu.


 
  Audiência Pública


 
  A Câmara Federal promove nesta quarta (10) uma audiência pública para debater a implantação de uma comissão especial para a Proposta de Emenda Constitucional 215 (PEC 15), também conhecida Emenda Homero Pereira, em homenagem ao falecido deputado mato-grossense, que busca mudar a forma como são criadas e demarcadas as Terras Indígenas no Brasil. A Famato mobiliza cerca de 400 pessoas para a audiência, 100 só de Mato Grosso. (Com assessoria)




Fonte: RD News

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