Cervejaria que investiu na Fonte Nova pretende nomear outras arenas
É possível que alguns estádios da Copa do Mundo de 2014 possuam o mesmo nome. O Grupo Petrópolis, que pagará R$ 10 milhões ao ano para batizar como Itaipava Arena Fonte Nova o palco de Salvador durante uma década, está disposto a fazer investimentos em outras sedes do Mundial.
Investidor não liga para a Copa-2014
De acordo com Douglas Costa, diretor de mercado do Grupo Petrópolis, os responsáveis por estádios que estão sendo construídos em São Paulo, Pernambuco e no Sul do Brasil já foram sondados sobre a possibilidade de também venderem os direitos de nome à empresa carioca. “Estamos analisando tudo. Podemos fechar contrato até com mais de uma dessas arenas. Temos budget para isso”, garantiu.
O discurso otimista de um empresário é animador principalmente para o Corinthians, que impôs como condição fundamental para viabilizar a sua obra (a cargo da Odebrecht, assim como a Fonte Nova) em Itaquera, Zona Leste de São Paulo, a comercialização dos direitos de nome do estádio. No mês passado, o ex-presidente corintiano Andrés Sanchez chegou a colocar em risco a realização da abertura da Copa no futuro estádio caso o BNDES não liberasse logo um empréstimo de R$ 400 milhões ao projeto e a Prefeitura de São Paulo não agilizasse a concessão de incentivos de até R$ 420 milhões.
De olho em outras arenas, Douglas Costa selou negócio da Itaipava com a Fonte Nova em seis meses
Se quiser investir em Itaquera, no entanto, o Grupo Petrópolis terá de desembolsar muito mais do que os R$ 100 milhões gastos na Fonte Nova. Então diretor de marketing do Corinthians, o atual vice-presidente Luis Paulo Rosenberg imaginava lucrar quase R$ 400 milhões à época em que as obras começaram. A cobiça retardou um acerto – Andrés Sanchez acreditava que o assunto já estivesse resolvido em março de 2012, quando acenava até com um acerto com a Ambev, concorrente da Itaipava.
Um dos entraves para a negociação dos direitos de nome é a dificuldade de emplacar o batismo feito pelo patrocinador nos veículos de comunicação e, consequentemente, entre os torcedores. A Arena da Baixada, por exemplo, jamais foi identificada como Kyocera Arena, conforme orientava parceria estabelecida pelo Atlético-PR. Para evitar o mesmo problema, dirigentes do Corinthians passaram a fazer campanha contra a adoção de apelidos como “Itaquerão” e “Fielzão” para o seu futuro estádio.
“Venda de naming rights de arenas é um tema complicado por vários fatores. Sabemos que não se trata de um investimento que se paga em um primeiro momento”, reconheceu Douglas Costa, o diretor de mercado do Grupo Petrópolis, com a experiência de quem foi o primeiro a apostar nesse negócio para a Copa do Mundo de 2014.
“Decidimos investir dessa forma na Fonte Nova porque queremos ganhar mercado no Nordeste. A gente sabe que, durante um momento, as pessoas não vão mesmo adotar o nome Itaipava Arena Fonte Nova. Isso vai mudar com o tempo, com os projetos que temos em mente e com as pessoas vendo os benefícios que traremos. Tudo depende de um marketing consistente”, argumentou Costa.
Disposto a roubar um espaço definitivo de cervejarias concorrentes da Itaipava no Nordeste, o Grupo Petrópolis espera se firmar em outro ponto estratégico em breve: a Arena Pernambuco. Ali, o investimento necessário certamente é menor do que em Itaquera e no Sul do Brasil, apesar de Douglas Costa admitir que luta com outras empresas interessadas no negócio. Há ainda a vantagem de não existir no estádio de Recife um nome enraizado, como o da Fonte Nova – ou, agora, Itaipava Arena Fonte Nova.
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