A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu manter a proibição, distribuição, a comercialização e a exposição ao consumo, em todo o país, do lote AGB25 do suco de soja Ades, sabor maçã. A medida vale para o suco em embalagem de 1,5 litro, fabricado em 25/02/2013 e válido até 22/12/2013.
De acordo com a resolução, publicada na edição desta segunda-feira (8) do "Diário Oficial da União", o suco, fabricado pela Unilever, está "em desacordo com a legislação sanitária e apresentaa risco à saúde".
No dia 14 de março, a Unilever anunciou recall em um lote do suco de maçã Ades de 1,5 litro por risco de queimadura. Segundo a fabricante, a contaminação com solução de limpeza foi detectada no lote AGB 25, fabricado em 25 de fevereiro, com "cerca de 96 unidades do produto Ades Maçã 1,5 L".
"Nestas unidades, foi identificada uma alteração no seu conteúdo decorrente de uma falha no processo de higienização, que resultou no envase de embalagens com solução de limpeza da máquina. O consumo do produto nessas condições pode causar queimadura", afirmou a Unilever, em comunicado. "A falha identificada já foi solucionada, os produtos existentes na empresa foram retidos e os ainda presentes nos pontos de venda já estão sendo recolhidos", afirmou, em nota, na ocasião.
Na mesma publicação, a Anvisa decidiu revogar a resolução publicada em 18 de março, que determinava a suspenção a fabricação, a distribuição, a venda e o consumo de lotes dos produtos com soja da marca Ades, de diferentes sabores, versões e tamanhos. A medida atingia apenas uma das 11 linhas de produção de Ades da fábrica de Pouso Alegre (MG).
A decisão, segundo a Anvisa, foi baseada no relatório de inspeção sanitária realizada na Unilever pela Vigilância Sanitária de Minas Gerais e de Pouso Alegre - onde está instalada a fábrica da empresa que produz Ades - no período de 18 de março a 22 de março.
Dano causado por Ades é como uma "afta forte"
O vice-presidente da Unilever Brasil, Newmam Debs, afirmou no dia 27, em audiência na Comissão de Defesa do Consumidor na Câmara dos Deputados, que uma série de medidas foram adotadas pela empresa após o incidente. Segundo o executivo, todos os operadores das linhas de produção foram treinados novamente. Além disso, houve revisão do software da máquina que apresentou defeito e o plano amostral das linhas foi ampliado, aumentando, segundo Debs, a segurança do produto antes de ser liberado para consumo.
De acordo com Newmam Debs, a empresa se empenhou em dar “o máximo de conhecimento possível aos consumidores para evitar que as pessoas consumissem desavisadamente aquele produto que estava impróprio”.
“A Unilever adotou a postura de cuidado dos consumidores, transparência e colaboração de todas as autoridades”, disse o empresário.
Segundo Debs, o ferimento provocado pelas unidades de suco Ades que continham soda cáustica são como uma “afta forte” e que a boca dos consumidores afetados vão se “autocurar”.
"A sensação de ingerir esse produto é como se fosse uma afta forte, uma ardência. A boca se autocura, um processo de regeneração da mucosa. Em nenhum caso houve internação, as pessoas estão bem”, declarou o vice-presidente da empresa.
Em nota, a Unilever volta a pedir desculpas aos seus consumidores e clientes pelo episódio e "declara mais uma vez o compromisso com a qualidade de Ades".
Caso o consumidor tenha qualquer dúvida, a Unilever orienta que entre em contato por meio do SAC, no número 0800-7070044, ou envie um email para sac@ades.com.br.
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