Rio: 50% das clínicas de estética seriam ilegais
Depois de freqüentar uma clínica que está sendo investigada pela polícia, a estudante Andréa Santos Lindner, 34 anos, ficou com 98% do corpo queimados por ter feito bronzeamento artificial. Ela está internada, no Hospital Quinta D¿Or, em São Cristóvão.
"A procura por serviços estéticos cresceu muito, e foram surgindo novas clínicas. Cabe a elas solicitar o licenciamento. Temos 70 fiscais para atender a toda a demanda", diz Zenaide Souza, responsável pelo Núcleo de Divulgação e Informação Sanitária do município.
A Sociedade Brasileira de Medicina Estética considera o procedimento tão ou mais perigoso que a exposição da pele ao sol. Apesar de dermatologistas condenarem o uso da câmara de bronzeamento artificial, ela é permitida no País. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária baixou normas, e entre as exigências estão a indicação de médico responsável pela máquina e a apresentação de atestado de saúde pela cliente.
"Na prática, não há avaliação médica. Quem decide a intensidade do bronzeamento é a atendente. As pessoas acham que estão se submetendo a tratamento de beleza e esquecem a saúde", critica o secretário-geral da instituição, o dermatologista Wilmar Jorge Accursio.
Nos Estados Unidos, a câmara de bronzeamento é considerada um dos fatores que provocam câncer de pele. Coordenador do programa nacional de combate ao câncer de pele, o médico Marcus Maia alerta que pessoas de pele, olhos e cabelos claros não devem se submeter à radiação artificial: "Quem não consegue se bronzear naturalmente recorre aos tratamentos artificiais. O perigo é que, justamente, essas são as pessoas que correm maior risco".
A estimativa do Ministério da Saúde é que 61.160 mulheres e 55.480 homens tenham sido atingidos por câncer de pele, na sua forma mais branda, em 2006. O melanoma, a forma mais letal que costuma se disseminar pelo corpo, pode ter afetado 3.050 homens e 2.710 mulheres. No Estado do Rio, a incidência de tumores benignos, nesse período, foi de 5.230 vítimas e 250 casos da forma mais agressiva.
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