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Economia
Sexta - 05 de Abril de 2013 às 21:55

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Espécie nativa da Amazônia Ocidental, o pau de balsa despertou o interesse de produtores de Mato Grosso. Por meio de incentivos diversos, a área com a espécie madeireira conhecida pela baixa densidade e rápido crescimento aumentou no estado nos últimos anos e já chega a 7,5 mil hectares, segundo dados da Cooperativa dos Produtores de Pau de Balsa (Copromab). No entanto, o mercado potencial ainda é incerto e existem poucas informações sobre o cultivo.



Para contribuir com as informações técnicas sobre a produção de pau de balsa, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) iniciou em 2011 uma pesquisa que avalia diferentes níveis de adubação e diferentes espaçamentos de plantio. Mesmo em fase inicial, este trabalho, realizado no município de Guarantã do Norte, já começa a gerar informações importantes para os produtores da região.


 
“Fizemos os primeiros plantios orientados por experiência de outras pessoas que já haviam feito, mas sem informações técnicas. Agora, mesmo sem os resultados finais, já começamos a aplicar o que vemos no experimento e que está dando certo. A pesquisa já está nos direcionando a proceder de modo a cometer o menor número de erros”, afirma o agrônomo da prefeitura de Guarantã do Norte e responsável pelo acompanhamento técnico do experimento, Júlio Santin.


 
Na pesquisa foram adotadas quatro dosagens de adubação. Uma com os valores de referência utilizados na região, outras com metade desta quantidade, com o dobro e com 1,5 vezes o valor de referência, além da parcela testemunha, que ficou sem adubação. Após dois anos de plantio a diferença entre os tratamentos é evidente.


 
“As plantas que receberam adubação responderam positivamente. Obtivemos incrementos em termos de altura e diâmetro do tronco da ordem de duas vezes em relação à testemunha. A média do diâmetro das árvores variou de 2,4 cm (testemunha) a 4,9 cm (maior nível de adubação) e o crescimento em altura variou de 154,4 cm (testemunha) a 349,5 cm (maior nível de adubação) aos 375 dias após o plantio; relata o pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril, Maurel Behling.


 
Outro item avaliado pela pesquisa é a fertilidade do solo, devido ao depósito de matéria orgânica. Nota-se maior acúmulo de serapilheira nos tratamentos que receberam maior quantidade de adubo. Isso, além de trazer benefícios para as plantas, contribui para a menor incidência de plantas daninhas e de mato, além de reduzir os custos com operações para controle do mato.


 
Segundo Maurel Behling, mesmo com a pesquisa ainda na fase inicial, já é possível ter algumas previsões quanto aos resultados. Entretanto, os dados conclusivos somente serão conhecidos após o corte das árvores, quando será verificado o volume de madeira produzido em cada tratamento. O corte final está previsto para ocorrer por volta dos cinco a seis anos de idade. Com estas informações, será feita a análise econômica dos cultivos, de modo a determinar qual deles é mais viável para o produtor.


 
Para os produtores, as informações obtidas na pesquisa serão fundamentais para orientar o cultivo. A maioria deles iniciou as plantações sem terem parâmetros de produção, movidos pela promessa de que o pau de balsa teria grande valor na venda para fabricantes de hélices de turbinas eólicas. Esse mercado, entretanto, não se concretizou, sobretudo devido à baixa qualidade da madeira produzida em Mato Grosso. “O grande segredo do pau de balsa é conseguir alta produtividade com baixo custo de produção, aí ela se torna economicamente interessante”, conta o pesquisador Maurel Behling.



Classificada como espécie pioneira, o pau de balsa tem rápido crescimento. Em um ano chega a atingir quatro metros de altura e o tronco pode chegar aos 10 cm de diâmetro. Estas características favorecem seu uso em sistemas integrados de produção, sobretudo em sistemas silvipastoris.


 
“Talvez a grande diferença do pau de balsa em relação às outras espécies, como até mesmo o eucalipto, seja o crescimento rápido. Isto possibilita, com um ano, um ano e meio, usando é claro uma adubação adequada, entrar com animais no sistema”, afirma o pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril Maurel Behling.


 
Entretanto, o uso do pau de balsa na integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF) deve tomar alguns cuidados. Um experimento feito em uma Unidade de Referência Tecnológica montada na fazenda Gamada, em Nova Canaã do Norte (MT), mostrou que o espaçamento entre os renques deve ser maior do que o utilizado com outras espécies florestais.


 
“Com o pau de balsa, temos que usar distâncias maiores entre os renques. Acredito que a distância deva ficar acima dos 30m. Talvez de 30 a 40m pela estrutura de copa do pau de balsa”, analisa Behling.


 
O manejo das árvores também é fator crucial para o aproveitamento desta espécie nos sistemas integrados de produção. Assim como em áreas comerciais de plantio de pau de balsa, a poda pode elevar a trifurcação, permitindo maior entrada de luz no sistema.





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