IBGE prevê que desemprego vai subir de novo em março
Ele explica que, além da dispensa dos temporários contratados no final do ano anterior, que ocorre ao longo do primeiro trimestre, março é o mês em que a atividade econômica começa a acelerar e um número maior de pessoas começa a procurar emprego, pressionando a taxa.
Já em fevereiro, segundo ele, a taxa teve impacto da dispensa dos temporários e do retorno à busca por uma vaga, que se intensifica em março. "Até desempregado tira férias (de procurar emprego) e agora (em fevereiro e março) recomeça a buscar trabalho", disse Azeredo.
A permanência do número de desocupados nas seis principais regiões metropolitanas do País em fevereiro deste ano (2,32 milhões), em número exatamente igual ao do mesmo mês de 2006, mostra que o crescimento da economia do ano passado não foi suficiente para gerar vagas e "para a gente sentir esse crescimento refletido no mercado de trabalho", segundo Azeredo.
Para ele, o que ocorreu positivamente em 2006, e que também permanece no início de 2007, é a melhoria da qualidade do mercado de trabalho, com aumento na formalidade e no rendimento dos trabalhadores.
De acordo com o gerente do IBGE, é possível que o ano de 2007 não mostre alterações significativas no mercado de trabalho em relação ao ano passado. "O ano de 2007 se mostra, e é bom ressaltar que é muito cedo para levantar isso ainda, que será parecido com 2006, com timidez muito forte para acelerar o nível de contratações. Isso é o que se mostra até agora, mas o quadro pode mudar totalmente no início do segundo trimestre", disse.
Rio e Belo Horizonte
As regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte pressionaram o aumento da taxa de desemprego média apurada pelo IBGE em seis regiões em fevereiro. No Rio, a taxa subiu de 6,6% em janeiro para 7,5% em fevereiro, pressionada pelas demissões de temporários contratados pelo setor de turismo. Em Belo Horizonte, a taxa aumentou de 8,4% para 9,3% de um mês para o outro mas, neste caso, o gerente da pesquisa mensal de emprego, Cimar Azeredo, disse que não foi possível perceber o motivo desse movimento.
Na região metropolitana de São Paulo, que tem peso de cerca de 40% na pesquisa, a taxa de desemprego passou de 10,1% em janeiro para 10,6% em fevereiro mas, de acordo com Azeredo, segundo a metodologia do instituto, não houve variação estatisticamente significativa na região.
O número de desocupados em São Paulo permaneceu estável em fevereiro ante janeiro, mas a população desocupada aumentou 4,6% no período, somando 1,02 milhão de pessoas. O rendimento médio real dos trabalhadores na região ficou em R$ 1.268,60 em fevereiro, com aumento de 4,7% ante janeiro e de 6,3% ante fevereiro de 2006.
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