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Saúde
Quarta - 28 de Março de 2007 às 08:39

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A decisão foi tomada depois de uma reunião internacional de especialistas em Montreaux, na Suíça, no início de março, que discutiram e avaliaram os resultados das últimas pesquisas sobre o assunto.

"As recomendações representam um passo significativo na direção da prevenção do HIV", afirmou Kevin De Cock, o diretor do departamento de HIV/AIDS da OMS.

A OMS recomenda que em países com altas taxas de infecção de HIV entre parceiros heterossexuais e baixos índices de circuncisão ofereçam a intervenção cirúrgica em homens de graça.

Impacto futuro

A organização ressalta, entretanto, que o impacto na epidemia de AIDS só poderá ser sentido em "vários anos".

"A ampliação das circuncisões masculinas nesses países vai resultar num benefício imediato para os indivíduos", disse De Cock.

Ainda assim, um estudo da OMS estima que a circuncisão na região da África subsaariana poderia evitar 5,7 milhões de novos casos de infecção por HIV e 3 milhões de mortes nos próximos 20 anos.

A recomendação da OMS só foi anunciada depois de uma cuidadosa análise de testes realizados no Quênia, em Uganda e na África do Sul, que indicam que a circuncisão diminuiu a infecção de homens em relações heterossexuais em cerca de 60%.

Os testes corroboram as observações anteriores de cientistas, que detectaram um índice de contaminação mais baixo em regiões geográficas nos países que culturalmente preferem circuncisar os homens.

'Passo importante'

Atualmente, estima-se que 665 milhões de homens, ou seja, 30% da população masculina sejam circuncisados.

“A possibilidade de recomendar mais um método de prevenção do HIV é um importante passo para vencermos a epidemia”, disse Catherine Hankins, uma das diretoras do programa de AIDS da ONU, o UNAIDS.

No entanto, ela ressalta que a circuncisão masculina não pode ser vista como uma proteção completa contra o HIV.

Para Hankins, homens e mulheres têm que considerar o método preventivo e continuar a usar outras formas de proteção, como camisinhas masculinas e femininas, diminuição do número de parceiros sexuais e prorrogação da primeira experiência sexual.

A OMS alerta que realização da cirurgia, no entanto, pode representar novos desafios para países em desenvolvimento em que os serviços de saúde não estão bem estruturados e onde há carência de profissionais de saúde.





Fonte: BBC Brasil

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