Santos x Corinthians: duelo nada amistoso
O técnico deu uma bronca nos jogadores antes do treino de ontem, por causa das fracas atuações nas vitórias por 2 a 1 contra o Gimnasia y Esgrima, quinta-feira passada, na Argentina, e Rio Claro, domingo, no Palestra Itália. Ele exigiu que o time toque a bola em velocidade, sempre em direção ao gol. "Se a equipe jogar como nas duas últimas partidas, não ganha o campeonato", reclamou Luxemburgo, que também tem procurado isolar o grupo do clima de otimismo que tomou conta da torcida com as excelentes campanhas na Libertadores e no Estadual. A disparidade entre os dois times é enorme: com 38 pontos, o Santos tem 14 pontos a mais que o Corinthians, e já conquistou 12 vitórias, contra apenas 7 do adversário.
Com a água cobrindo a cabeça e já quase sem ar para respirar. Esta é a situação do Corinthians no Campeonato Paulista. Vencer o líder Santos, hoje, às 20h45, na Vila Belmiro, é a obrigação corintiana para manter as chances de classificação às semifinais. Missão difícil para um time acostumado a perder de adversários mais bem colocados na competição - ainda mais em clássicos, já que até agora foi derrotado por São Paulo (3 a 1) e Palmeiras (3 a 0).
Depois do 0 a 0 de domingo, pela última rodada, o Corinthians chegou aos 24 pontos, em 8º lugar e longe do grupo dos quatro primeiros colocados que passam para a semifinal do Paulistão. "Quem perde muito ponto em casa, não merece estar na ponta", reconheceu Leão, citando o bom desempenho santista na Vila Belmiro. "Eles estão lá em cima por méritos. Principalmente pela qualidade técnica e o desempenho em casa."
O momento do Corinthians é tão delicado que Leão mudou de discurso. Alguns dias atrás, ele discursava, cheio de orgulho, que o time só dependia de suas próprias forças. Agora, evita olhar os jogos restantes para alguns dos adversários mais bem colocados na tabela.
"Nunca esqueço da tabela, mas de nada adianta olhar o dos outros se não faço o meu", explicou o treinador, insatisfeito com a irregularidade corintiana no Paulistão. "Primeiro, temos de fazer nosso papel. É obrigação."
Apesar da necessidade da vitória, o treinador mantém o esquema defensivo com três zagueiros (Marinho, Gustavo e Betão) e apenas um meia para armar as jogadas de ataque (Willian). Diante do Santos, na Vila Belmiro, ele não quer se expor ou correr muitos riscos. "Com dois zagueiros ficamos muito frágeis", admitiu Leão
Para motivar seu time, Leão dá total favoritismo ao Santos, mas lembra que o futebol é cheio de zebras. "Eles são favoritos pois têm o melhor ataque, são líderes e jogam em casa. E sabemos dos nossos limites, mas no futebol nem sempre o melhor vence", afirmou o treinador do Corinthians. "No tênis, o favorito ganha 99,9% dos seus jogos por sua capacidade. Só perde se estiver machucado, quando se envolve em confusão ou fica metido."
Leão também lembrou que o adversário não terá quatro titulares no clássico desta quarta-feira e isso pode favorecer o Corinthians - Cléber Santana, Rodrigo Tabata, Kleber e Maldonado não jogam. "Temos de aproveitar o fato de o Santos ter sua capacidade diminuída pela ausência de quatro peças de qualidade" explicou.
SANTOS
Fábio Costa; Adaílton, Antonio Carlos e Leonardo; Denis, Rodrigo Souto, Zé Roberto, Pedrinho e Carlinhos; Marcos Aurélio e Rodrigo Tiuí. Técnico: Vanderlei Luxemburgo.
CORINTHIANS
Jean; Marinho, Gustavo e Betão; Rosinei, Marcelo Mattos, Magrão, Willian e Wellington; Amoroso e Wilson. Técnico: Emerson Leão.
Árbitro - José Henrique de Carvalho.
Horário - 20h45.
Local - Estádio da Vila Belmiro, em Santos.
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