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Repórter News - reporternews.com.br
Nacional
Terça - 27 de Março de 2007 às 15:42

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A técnica de enfermagem Simone Moreira de Souza, de 30 anos, que vive em Formosa (GO), foi internada no dia 12 de março, com a cabeça inchada, dores no pescoço e na cabeça e fadiga muscular. Os sintomas apareceram depois que ela fez uma "escova de chocolate", como é conhecida a escova progressiva feita com essa essência. "Achei que ia morrer", afirma ela. "Foi pavoroso."

A escova progressiva é uma técnica de alisamento muito comum nos salões de beleza. A polêmica sobre esse procedimento ressurgiu depois que a dona-de-casa Maria Ení da Silva, de 33 anos, aplicou uma mistura de cremes no cabelo em um salão de beleza de Porangatu (GO) na semana passada. Segundo a família, ela foi orientada a não lavar os cabelos durante três dias e, nesse período, reclamou de dores de cabeça, coceira no couro cabeludo e dificuldades para respirar. Depois, passou mal e morreu. A polícia investiga se houve intoxicação ou reação alérgica.

A técnica de enfermagem Simone conta que fez a "escova de chocolate" no dia 9 de março em um salão de Formosa onde várias amigas haviam feito o tratamento. "Não olhei o frasco do creme que a cabeleireira passou. Só vi que era um líqüido marrom", diz ela. "A gente acaba confiando, né?"

Simone afirma que começou a sentir mal-estar enquanto o produto era aplicado em seu cabelo. "Achei que era porque não comi nada antes de ir ao salão", comenta.

A técnica de enfermagem também foi aconselhada a não lavar os cabelos durante três dias, para que o produto fizesse efeito. "Cheguei em casa, comi, mas continuei sentindo dores de cabeça e cansaço."

Os sintomas se agravaram no fim de semana. "No domingo, dois dias depois que apliquei o produto, estava sentindo coceira e meu couro cabeludo estava machucado. Comecei a inchar do pescoço pra cima e resolvi lavar os cabelos", lembrou Simone.

Como os problemas não acabaram, ela resolver procurar o hospital. "Fui ao hospital na segunda-feira e os médicos disseram que provavelmente tive reação alérgica. Fiquei inchada e não conseguia respirar", afirma.

Simone tem os cabelos crespos e já usou outras técnicas de alisamento, mas foi a primeira vez que tentou passar pela escova progressiva. "Tinha achado interessante a escova de chocolate. Mas, agora, para mim, chocolate é só para comer", brinca.

Apreensão

O caso de Simone está sendo investigado pela Secretaria Municipal de Saúde de Formosa e pela Vigilância Sanitária de Goiás. "Já tivemos outras reclamações de produtos usados na técnica de escova progressiva, mas esse caso foi o mais grave", diz o secretário Rodrigo César Faleiros de Lacerda.

Depois que Simone foi internada, a Prefeitura intensificou a fiscalização nos cerca de 60 salões de beleza da cidade. "Já apreendemos sete frascos de produtos clandestinos usados em alisamento. São produtos que não foram regulamentados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, portanto, não poderiam ser usados", afirma.

Os frascos foram levados pelos fiscais, e os donos dos salões foram notificados. Se houver reincidência, os estabelecimentos correm o risco de ser lacrados.

Lacerda diz que a administração municipal também deve investir na orientação de cabeleireiros, para que não sejam usados produtos sem regulamentação e com alta concentração de formol. O uso de formol com concentração acima de 0,2% é proibido pela Anvisa.

A Vigilância Sanitária do estado também investiga outro caso de uma mulher que passou mal após tentar alisar os cabelos usando a técnica de escova progressiva em Goiânia.

Investigação

A polícia de Porangatu está investigando a morte da dona-de-casa Maria Ení. Na segunda-feira (26), a dona do salão onde foi feita a escova progressiva, Elza Lopes da Silva, prestou depoimento e negou que tenha usado produto com formol no alisamento dos cabelos de Maria Ení.

A delegada Cynthia Christyane Alves da Costa aguarda o resultado de dois laudos (dos produtos usados no tratamento e da necropsia) para liberar ou não Elza Lopes da Silva do processo que será encaminhado à Justiça no mês que vem.





Fonte: G1

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