Petrobras investiga vazamento de informação

A Petrobras começou, nesta segunda-feira, a investigar o possível envolvimento de um alto funcionário da empresa em negociações de ações do grupo Ipiranga com uso de informação privilegiada. As informações são do Jornal da Globo.

O empregado seria um engenheiro de produção da estatal, com mais de 60 anos e 37 de empresa. Atualmente, trabalha na BR Distribuidora - onde é um dos gerentes-executivos da empresa. Seu salário médio seria de R$ 30 mil.

Ele já teria sido afastado de suas funções e estaria à disposição da sindicância aberta pela companhia. Oficialmente, a Petrobras não confirma o afastamento.

Na quinta-feira passada, o presidente da Petrobras afirmou que nenhuma informação privilegiada partiu da estatal. "A Petrobras tem confiança de que a CVM vai agir com o maior rigor possível, com a maior rapidez possível, para apurar o que aconteceu. Isso, a nosso ver, não tem nada a ver com a operação em si. Se alguém se aproveitou de informação interna deve ser punido exemplarmente, porque a Petrobras condena esse tipo de comportamento de forma absolutamente impiedosa", declarou José Sérgio Gabrielli, no dia 22 de março.

O investidor comprou ações preferenciais da refinaria Ipiranga em fevereiro deste ano; são ações que valem menos, porque não dão direito a voto no conselho diretor da empresa. Na semana anterior ao anúncio da venda das empresas, nos dias 13 e 14 de março, ele vendeu estas ações preferenciais e comprou ações ordinárias - mais valiosas, porque dão direito a voto. Na segunda-feira, após o anúncio da venda da refinaria e da distribuidora da Ipiranga, as ações foram todas vendidas, gerando um lucro de 70% em três dias. A Justiça determinou o bloqueio do dinheiro resultante da operação: R$ 295 mil.

Foram bloqueados os ganhos de outros três investidores - entre eles, um fundo de ações americano que negociou os papéis da Ipiranga no período de venda da companhia.