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Polícia Brasil
Domingo - 25 de Março de 2007 às 11:17
Por: Patricia Neves

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Dez pessoas, incluindo seis menores que eram exploradas sexualmente, foram presas na noite de sexta-feira (23), na operação "Limpa Várzea Grande", desencadeada no bairro Jardim Potiguá, atrás da antiga fábrica de refrigerantes Coca-Cola. Dos presos, 4 permanecem atrás das grades respondendo pelo crime inafiançável de lenocínio, já que mantinham casas de prostituição. Ao todo foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão. Pelo menos 20 delegados, além de 100 investigadores e outros 50 policiais militares participaram da ação que começou por volta das 23h30 e se estendeu durante a madrugada. Pela lei brasileira, a prostituição não é crime. Toda pessoa é dona de seu corpo e pode usá-lo como quiser. Mas tirar proveito da prostituição é crime. Um dos adolescentes encontrados estava dentro do quarto de motel.

De acordo com o delegado regional de Várzea Grande, Jales Batista, 2 prostíbulos, "Petiscos" e "Sthar Night"," foram fechados pela Polícia Civil. Na primeira houve flagrante de prostituição e na segunda foram encontradas 3 adolescentes. A responsável pela Petiscos, que fica na avenida Ulisses Pompeu de Campos, estava com o filho de 8 meses no colo. Sem parentes, a criança teve de ser entregue ao advogado dela. Cinco garotas que estavam trabalhando ali foram encaminhadas para prestar depoimento. "Puxa vida chegamos ontem, eu e minha irmã, de Bauxí que fica ali perto da Barra do Bugres, e hoje acabamos aqui", lamentou uma delas. Ao todo 82 pessoas foram levadas para a delegacia por estarem sem documentos. Um ônibus foi usado para fazer o transporte de todos os detidos. Pelo menos 10 travestis foram encaminhados para unidades usando trajes mínimos. Apesar da confusão, eles mantinham o bom humor. Pela manhã foram liberados pelo delegado Jales.

Motéis - Boates, bares e motéis foram alvos da ação policial. A reportagem acompanhou a abordagem ao Motel Alice. Lá, um garoto de 16 anos foi detido. Ele estava fazendo um programa. Os policiais, chefiados pela delegada Silvia Pauluzzi, bateram nas portas dos quartos exigindo documentação. Os clientes foram pegos de surpresa e nada quiseram declarar à imprensa. No local foram encontrados cerca de R$ 10 mil. "Mas como não houve comprovação de que esse dinheiro seja de origem ilícita não foi apreendido", explica o delegado Jales. O local cobra R$ 8 por hora do aluguel do quarto.

Uma das meninas detidas, que aparentava não ter mais que 16 anos, negou que estivesse se prostituindo, mas não soube explicar o que estava fazendo caminhando de madrugada pelo bairro Mappim. A garota trajava um top branco e um short rosa, além de vários piercings e tatuagens. Ela contou que não atua fazendo "correria" (revendendo drogas) e que vive com ajuda de amigos. Declarou ainda que não estuda e que não gosta de viver com o pai. Dos menores localizados um ainda permanecia detido na manhã de ontem porque nenhum familiar foi encontrado.





Fonte: Gazeta Digital

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