Tarso Genro quer reduzir a violência
Esquivando-se de detalhar o valor que pode ser repassado para o Estado e o município, Tarso disse que vai aguardar a reunião com Cabral e Cesar. "O presidente Lula determinou que não haja contingenciamento (bloqueio) de dinheiro para segurança", disse. "O Rio, lamentavelmente, é um exemplo da deterioração da coisa pública. É a situação mais aguda do País", completou.
Nem o que chama de "situação aguda" convence o ministro a considerar a possibilidade de as Forças Armadas atuarem no Rio de forma permanente. "Só devem ser chamadas em ocasião especial. Originalmente são para a defesa nacional. Seu uso abusivo dilui suas atribuições", afirmou.
Segundo o ministro, o modelo de operação das polícias (Federal, Militar e Civil) para os Jogos Pan-Americanos pode ser mantido no Rio e até exportado para o resto do País. "É um projeto piloto, vamos ver como será daqui para frente, depois dos jogos", disse, demonstrando estar convencido de que a operação dará certo.
Tarso Genro obedece cuidadosamente às orientações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva quanto à posição do governo, contrária à redução da maioridade penal. Mesmo admitindo ainda estar em choque com o assassinato do menino João Hélio, 6 anos, arrastado por sete quilômetros até a morte preso ao cinto de segurança de um carro roubado - entre os criminosos estava um menor. "É de uma brutalidade sem igual", afirmou Tarso. Mas ressaltou: "O presidente Lula disse que reduzir a maioridade penal não resolve o problema das infrações, esta é a posição do governo. É o que penso".
Milícias
O ministro preferiu não comentar a ação das milícias e dos traficantes nas comunidades do Rio, alegando que há assuntos que são de ordem estadual, e não federal: "Temos de distinguir as competências do que vem a ser do estado e o que é responsabilidade da União. A Polícia Federal está atenta ao Rio".
Demonstrando acompanhar em detalhes o que fazem as milícias, Tarso Genro afirmou que se Sérgio Cabral e Cesar Maia quiserem ajuda federal, o governo dará. "O que podemos dizer é que estaremos juntos", disse.
Gaúcho de São Borja, na fronteira do Brasil com a Argentina, Genro só relaxa quando questionado sobre o que pensa do Rio. "Adoro o Rio, como todos os brasileiros, mas gosto mesmo é do povo da cidade, que é excepcional".
Comentários