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Sábado - 24 de Março de 2007 às 09:40
Por: Onofre Ribeiro

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Mato Grosso tem crescido aos soluços. A cada soluço corresponde uma onda de crescimento, pelo menos nesses 30 últimos anos. Desde o começo da década de 70, a ocupação territorial que deu início à agricultura de escala, aos projetos de colonização nas regiões leste, noroeste e norte, à exploração da madeira, ao fim da pecuária pantaneira e início de uma escala nas terras de cerrado.

Cada uma dessas fases econômicas passaram por soluços seguidos, da mesma forma que a partir de 2005 a pecuária, a madeira e o agronegócio também soluçaram feio. Porém, como o caos precede à ordem, há uma nova onda muito poderosa se formando no horizonte de Mato Grosso, em conseqüência das transformações que estão acontecendo no país e no mundo. Claro que essa onda em Mato Grosso não prosperaria sem os soluços anteriores. É tudo uma grande construção.

Algumas questões mundiais chegam no estado. O etanol tem vertentes muito fortes. Nos EUA o milho agora destinado à produção do etanol, por questões ambientais econômicas, abre mercado para a produção de milho fora de lá. E para a soja também, na medida em que o milho reduz as áreas plantadas com soja. Na mesma linha do etanol, o avanço da cana de açúcar será inevitável, como uma grande onda que vem a partir de São Paulo. Outro detalhe: junto virá o capital externo com foco em produção, ciência, tecnologia e mercado, porque a energia renovável é a grande discussão do começo do século 21.

Basta uma rápida leitura de perspectivas sobre essa equação para arrepiar o cabelo.

Mas a questão do agronegócio tende a se ampliar mais sustentável tanto ambiental quanto economicamente. Os anos de 2004, 2005 e 2006 foram de duras lições para o setor. Quem ficou é porque tem competência, num mercado muito exigente.

Outra área que sofreu um coice de burro e está se articulando com modernidade, é a da madeira, depois da “Operação Curupira”, em junho de 2005. Nesse setor, não ficou pedra sobre pedra. E ele está se construindo num ambiente de exigências ambientais extremas que requer ciência, tecnologia, investimentos e capacidade de lidar com os mercados mundiais cada vez mais compradores.

A pecuária, a suinocultura e a avicultura estão em meio a uma revolução, igualmente tecnológica e ambiental. O Brasil é primeiro exportador de carne bovina no mundo, mas prepara-se para as aves e tem um espaço imenso para a carne suína. O conceito de produção nessa área mudou muito, porque requer mais e mais ciência e de tecnologia.

Fico pensando nessa nova onda, do tamanho de uma revolução maior do que tudo já aconteceu até hoje, exigirá uma outra onda na infraestrutura terá necessariamente que acontecer, com aporte de capital externo. Felizmente, o governo brasileiro, por visão ou por incompetência, não está atrasando as ações que construirão essa nova onda. Deixo como reflexão: imaginemos os desdobramentos diretos e indiretos de uma produção de grãos na ordem de 45 milhões de toneladas dentro de oito anos. Imaginemos o aproveitamento pleno da pecuária bovina, da suinocultura, da avicultura em agroindústrias e frigoríficos avançados, da madeira como negócio tecnológico avançado.

Também, é inevitável pensar o comportamento da gestão e da política desses novos momentos. Mas isso será outra onda...!

Onofre Ribeiro é articulista deste jornal e da revista RDM

onofreribeiro@terra.com.br





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