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Nacional
Sábado - 24 de Março de 2007 às 03:46

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O processo de urbanização da Rocinha vai incluir a construção de um teleférico nos moldes do que revolucionou duas comunidades carentes de Medellín. O anúncio foi feito ontem pelo governador do Estado, Sérgio Cabral, durante visita ao Metrocable, como é chamado o sistema da cidade colombiana.

Cabral afirmou que vai enviar em breve a Medellín o vice-governador e secretário de Obras, Luiz Fernando Pezão, e o presidente da Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop), Ícaro Moreno, além de representantes da empresa que vai fazer intervenções na Rocinha. O governador se disse encantado com o Metrocable, construído em 2003, e ficou surpreso ao saber do valor total da construção do projeto: US$ 30 milhões.

"Só isso? É muito barato, muito mais do que imaginava", declarou Cabral ao ser informado do valor pelo prefeito de Medellín, Sergio Fajardo Valderrama. No total, as obras de urbanização das favelas de Andaluzia e Santo Domingo, considerada a mais violenta da Colômbia no início dos anos 90, consumiram mais de US$ 100 milhões com a construção de escolas, abertura e pavimentação de ruas, entre outras intervenções.

O governador disse ainda que a construção do Metrocable na Rocinha será a base para a segunda fase da urbanização da favela. Os R$ 72 milhões já liberados pelo governo federal somados às contrapartidas do estado não seriam usados nessa obra. Em Medellín, o Metrocable liga as comunidades de Andaluzia e Santo Domingo através de três estações e leva, em média, 30 mil pessoas por dia.

A idéia de Cabral é adaptar a iniciativa colombiana à realidade da favela carioca. "Esse Metrocable cairia como uma luva na Rocinha. Vamos avaliar todo o processo de construção que foi feito em Medellín e adaptá-lo para a Rocinha", assegurou.

O prefeito de Medellín, que disse que o poder público entrou em peso nas comunidades, mostrou algumas das iniciativas que foram implementadas para Cabral e sua comitiva, que contava também com a participação do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, e do Distrito Federal, José Roberto Arruda.

Outro resultado da visita do governador Cabral foi anunciado pelo presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Luis Alberto Moreno disse que a instituição vai enviar uma equipe de especialistas para o Rio de Janeiro com o objetivo de avaliar a adaptação e aplicação dos programas de Segurança Cidadã - consagrados na Colômbia - no Estado. O objetivo, segundo Moreno, é levantar com autoridades do Rio de Janeiro possíveis projetos que poderão ser financiados pelo banco.

Lições de segurança e ações urbanísticas

O dia de Cabral na Colômbia ontem também teve outros compromissos importantes. No início da noite, ele e Aécio tiveram reunião com o presidente Álvaro Uribe. Mais cedo, em Bogotá, se encontrou com o ministro da Defesa do país, Juan Manoel Santos, e com o ex-prefeito de Bogotá, Enrique Penalosa.

Enquanto Santos deu ao governador detalhes sobre a administração das forças de segurança na Colômbia, Penalosa contou como desenvolveu ações urbanísticas e a importância delas na recuperação da capital colombiana. O trabalho incluiu a construção de uma ciclovia, 70 colégios, com capacidade de 2 mil a 3 mil alunos, e bibliotecas.

"Também investimos na recuperação da legitimidade do espaço urbano, com repressão simultânea aos camelôs, comércio informal nas classes mais pobres e estacionamentos irregulares no centro, entre os mais ricos", explicou Penalosa.

O governador volta hoje para o Rio, mas ainda terá compromissos na Colômbia. O dia começa com um café da manhã junto com Aécio Neves e o presidente do BID, Luis Alberto Moreno. Em seguida, a agenda prevê uma visita a um projeto social na província de Antioquia. O último compromisso é um encontro, ainda acompanhado do presidente do BID e de outras autoridades, com os reis da Espanha, Juan Carlos e Sofia, e um almoço oficial.





Fonte: O Dia

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