Prodi deve discutir extradição de fugitivo no Brasil
Como a viagem de Prodi já estava agendada antes da prisão de Battisti, ocorrida no último domingo no Rio de Janeiro, o assunto não aparece na pauta oficial do encontro entre os dois. No entanto, fontes do governo italiano confirmaram, nesta sexta-feira, que o tema será analisado.
Battisti, ex-integrante de um grupo de extrema-esquerda e condenado à prisão perpétua por assassinato, foi capturado em uma operação que contou com a participação da Interpol e das polícias da Itália e da França.
Nos anos 80, ele fugiu da Itália e se refugiou na França, onde viveu em liberdade até 2004. Depois que o governo francês mudou a lei que prometia não extraditar refugiados políticos que renunciassem à violência, Battisti fugiu novamente - desta vez para o Brasil.
Asilo
Autor de novelas policiais, Battisti, 52 anos, foi condenado à revelia por dois assassinatos na Itália. Nesta semana, o governo Prodi foi informado que terá um prazo de 40 dias para formalizar a solicitação de extradição à Justiça brasileira.
Os defensores de Battisti, no entanto, pretendem entrar com um pedido formal de asilo político para ele, tentando impedir que ele retorne à Itália e seja obrigado a ir para a prisão.
Prodi deve se reunir com a comunidade italiana e empresários locais em São Paulo, na segunda-feira. A reunião com Lula ocorre no dia seguinte em Brasília.
Junto com Prodi, viajam 17 empresários italianos, alguns já com investimentos no Brasil. Entre as empresas que mandarão seus representantes estão a Telecom Itália, Impreglio, Eni e Enel ¿ as duas últimas da área de energia.
A ausência de bancos italianos na América do Sul também deve ser discutida por Prodi nesta viagem. Para o governo italiano, é importante que o Brasil se transforme em um parceiro estratégico, com fortes investimentos e uma consistente presença de empresas da Itália.
O objetivo da viagem é estreitar as relações comerciais e políticas entre os dois países.
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