Justiça decreta prisão de empresário
A polícia conseguiu prender os demais membros da rede de prostituição, que “prestava serviços” em Cuiabá e cidades do interior, explorando inclusive meninas de apenas 13 anos de idade: a vendedora de roupas Antônia Elândia da Silva, seu marido, Douglas Campos Pereira, e o mototaxista Josenir Pereira dos Santos. Eles também tiveram prisão preventiva decretada e foram indiciados pelo mesmo crime que Orides, previsto no ECA.
A desarticulação do esquema de aliciamento de menores ocorreu no mês passado. Três integrantes do bando ficaram presos durante cinco dias, período da prisão provisória. Com a prisão da vendedora, do marido e do mototaxista, a polícia chegou ao esquema de prostituição.
Segundo a Polícia, ao menos 15 garotas – entre 15 e 16 anos – eram oferecidas a clientes. Os programas eram feitos numa luxuosa casa alugada no bairro Grande Terceiro.
Em princípio, as investigações apontavam o empresário como um dos clientes. Em depoimento ao delegado, uma garota de 15 anos relatou que Orides lhe pedia que agenciasse adolescentes para pessoas influentes do Estado. A adolescente acrescentou que o empresário usava seu próprio avião para levá-las até uma pousada no Pantanal.
A rede se ampliou e clientes começaram a exigir que as garotas fossem levadas para as cidades de Rondonópolis e Campo Verde. Para isso, conseguiram um esquema de transporte. A polícia encontrou uma lista com nomes de mais de 100 possíveis clientes.
Um dos clientes do esquema, um profissional liberal de 46 anos, confirmou que transava com garotas de programas da Capital, mas negou ter saído com adolescentes. Após ser reconhecido por uma das menores, ele acabou admitindo que não checava os documentos das garotas e nem tinha contato com Antônia.
“Eu ligava para aqueles números que aparecem nos jornais. Não sabia, porém, se quem atendia era a mesma pessoa com quem eu saía. Pagava sempre R$ 150 e as garotas não aparentavam ser adolescentes”, garantiu.
Defesa- O advogado de Orides, Mario Sérgio Marques, compareceu ontem ao Fórum de Cuiabá para se inteirar do processo. Ele afirmou que o empresário não está foragido. Orides estaria em São Paulo em uma viagem de negócios. A ida para outro Estado não teria sido motivada pela expedição do mandado de prisão. Contudo, não há previsão para que ele retorne a Cuiabá e se apresente à Justiça.
Marques afirmou que a estratégia utilizada pela defesa seria definida ontem pelos três advogados do acusado. Orides continua afirmando que não fazia parte do esquema, mas o depoimento prestado à polícia e as provas colhidas contra ele, como, por exemplo, as interceptações telefônicas de conversas com a vendedora Maria Elândia, poderão incriminá-lo.
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