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Nacional
Quinta - 22 de Março de 2007 às 22:29

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Rio de Janeiro - Dois investidores que participaram da negociação da compra de ações ordinárias (com direito a voto) da Ipiranga por um consórcio liderado pela Petrobras tiveram suas contas bloqueadas por decisão da Justiça Federal. A informação foi divulgada hoje (22), pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que apurou indícios de irregularidades na transação, junto com o Ministério Público Federal (MPF).

A suspeita da CVM é de uso de informações privilegiadas, conhecidas como insider trading, quando alguém sabe com antecedência da compra de uma empresas e passa a adquirir suas ações, que acabam subindo de valor, gerando um grande lucro.

O presidente da CVM, Marcelo Trindade, informou que um dos investidores é uma pessoa física brasileira e o outro, um fundo de investimentos estrangeiro sediado em Delaware, nos Estados Unidos. Os nomes não foram divulgados, pois a investigação corre em segredo de justiça. Trindade disse que, levando em consideração as cotações da última.

segunda-feira (19), quando foi divulgada oficialmente a operação de compra do grupo Ipiranga, os ativos do fundo investidor bloqueados equivalem a cerca de R$ 3,3 milhões e os ativos do investidor pessoa física, R$ 970 mil, "somente em dinheiro, já que ele vendeu todas as ações na segunda-feira".

O fundo investidor lucrou cerca de 40%, considerando o saldo de sua posição, o custo médio de aquisição e as cotações de segunda-feira. Já a pessoa física teve lucro de 69%.

Ainda estão sob investigação cerca de 23 investidores que negociaram ações da Refinaria Ipiranga e um investidor que negociou com ações da Distribuidora de Produtos Ipiranga. Cerca de 100 pessoas que sabiam das negociações também serão monitoradas. A apuração do caso está sendo feita por um grupo de trabalho, criado no ano passado, envolvendo a CVM e O MPF.

Marcelo Trindade afirmou que a investigação foi o primeiro resultado dessa ação conjunta, "que deverá inibir o uso de informações privilegiadas". Para ele, muito maior do que o possível prejuízo financeiro que teria sido provocado por esse operadores é a questão de perda de credibilidade envolvendo grandes empresas: "Pessoas físicas e investidores estrangeiros podem estar pensando que teriam sido roubados, se tivessem vendido suas ações".

Segundo o procurador da 4ª Região, Sady D´Assumpção Torres Filho, se for apurada a responsabilidade, os envolvidos podem pegar de três a cinco anos de prisão, além de terem de indenizar os investidores lesados na operação. A ação civil pública será pedida em 30 dias.

A investigação foi iniciada sexta-feira passada (16), diante da oscilação do preço das ações ordinárias desde a quarta-feira anterior (14), com uma "expressiva" oscilação tanto do preço como do volume. Houve um aumento de 33,33% do preço e quase dez vezes do volume nas ações da Distribuidora de Produtos Ipiranga e 8,31% de aumento de preço e quase dez vezes de volume nas ações da refinaria Ipiranga.





Fonte: Agência Brasil

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