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Nacional
Quinta - 22 de Março de 2007 às 21:46

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São Paulo - Das 656 negociações de reajuste salarial no país em 2006 analisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 96% garantiram a manutenção do poder de compra dos salários estabelecidos na data-base anterior, com reajustes iguais ou superiores à variação acumulada do índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados foram divulgados hoje (22) pelo Dieese. O resultado é o melhor apurado desde a implantação da pesquisa em 1996.

Segundo a pesquisa, 86% das negociações registradas no Sistema de Acompanhamento de Salários (SAS) do Dieese tiveram reajustes superiores à inflação, ou seja, foram conquistados ganhos salariais reais em relação ao ano anterior. Ainda assim, na avaliação do Dieese, os ganhos registrados em 2006 ainda não foram suficientes para compensar as perdas salariais entre meados da década de 90 e o início dos anos 2000.

De acordo com o supervisor do escritório regional do Dieese, José Silvestre de Oliveira, as negociações foram favorecidas pelo desempenho positivo da economia, pela inflação estabilizada em patamares menores do que os normalmente observados no país e a ação dos sindicatos, que têm buscado recuperar o poder de compra dos salários. “Frente à melhoria da economia e da produtividade, é legítimo e justo que os trabalhadores briguem e busquem partilhar os ganhos que produziram”, disse.

Silvestre ressaltou que a inflação baixa é importante, principalmente para os trabalhadores de baixa renda, porque seu poder de compra é menos corroído e porque os trabalhadores não têm mecanismo de defesa contra a inflação. “Temos que valorizar o fato de que em uma inflação de 3%, o sindicato negociar 5% é um ganho real expressivo. O problema é que nós tivemos durante muitos anos a inflação alta e as pessoas tendem a achar que 2% de aumento real é pouco, mas na verdade os salários é que são baixos no Brasil”, explicou.

O estudo mostra que todos os setores tiveram um bom desempenho nas negociações. Segundo o Dieese, a distribuição dos reajustes salariais pelos setores econômicos teve proporções de percentuais equivalentes ou maiores que a variação do INPC. A indústria teve 96,9% de sucesso nas negociações; o comércio, 96,5%, e os serviços, 95,8%. Ainda assim a freqüência de aumentos reais de salários é menor no setor de serviços (81%) do que no comércio (91%) e na indústria (89%).





Fonte: Agência Brasil

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