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Nacional
Quinta - 22 de Março de 2007 às 18:43

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Encostada no muro do cortiço que divide com mais cinco irmãos - todos de pais diferentes -, no Estácio, a estudante J., 12 anos, parece alheia às brincadeiras das crianças na rua. Cabisbaixa, olhar constrangido, a jovem quebra o silêncio para defender a mãe, a cambista Maria de Fátima Ventura, 42.

A mulher que usou a filha para furtar dez latas de azeite em um supermercado, na Pavuna, ganha na versão da adolescente razões plausíveis para o roubo, numa preocupação de manter íntegra a imagem da mãe: "sonho em ver minha mãe livre. Chorei quando a vi algemada. Fiquei assustada. Ela mandou eu ir para casa, estudar e me cuidar."

J. conta que a cambista pediu que ela colocasse dentro de caixa de papelão dez latas de azeite, no valor total de R$ 145. Para disfarçar, Maria comprou dois quilos de arroz e, enquanto pagava no caixa, a menor foi orientada a passar com os produtos empurrando com o pé. "Não sei por que mamãe fez isso. Talvez, eu faria se meus filhos tivessem passando fome", contou a garota.

O motivo que a levaria a agir como a mãe, ela garante que não é realidade em casa. "Nunca tivemos luxo, mas nunca faltou alimento." A irmã de 14 anos de J. desabafa: "Acho que é vício dela. Nunca passamos fome. Não sei o que acontece com mamãe. Ela já foi presa uma vez pelo mesmo motivo".

Maria de Fátima está presa na carceragem feminina da Polinter, em Mesquita, Baixada Fluminense.





Fonte: O Dia

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