Paulo Bernardo diz que recenseamento do IBGE atualizará retrato do país
Ao anunciar a realização do recenseamento, Paulo Bernardo lembrou que a contagem da população não é feita há dois anos e que o último censo agropecuário foi em 1995. Segundo ele, os números estatísticos do país estão atrasados, e a intenção com o trabalho do IBGE é "atualizar o retrato da realidade", até como resposta às muitas cobranças de prefeitos dos pequenos municípios que não têm renda própria e vivem dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), que é dividido com base na população.
Depois do anúncio, quando aproveitou para enaltecer a importância do trabalho que o IBGE tem desempenhado ao longo de seus 70 anos de atividade, o ministro comunicou que teria de se retirar para participar de audiência pública na Câmara dos Deputados. Antes, porém, assistiu ao início da exposição do presidente do instituto, Eduardo Pereira Nunes, sobre a operação em si para viabilizar o recenseamento, que vai custar R$ 477,1 milhões aos cofres públicos.
O presidente do IBGE disse que 90 mil pessoas estarão envolvidas na coleta de dados, que vai começar no dia 16 de abril, e durante três meses mais de 70 mil pesquisadores irão a campo -- munidos de computador de mão, com receptor de GPS (Global Position System) -- para visitar as 5,6 milhões de propriedades agrícolas do país e 28 milhões de domicílios nos municípios até 170 mil habitantes.
De acordo com estimativa do ano passado, dos 5.564 municípios brasileiros, 5.435 estão abaixo desse número, mas o IBGE resolveu incluir 21 municípios mais populosos de regiões com baixa densidade. Em vista disso, o recenseamento será completo nas regiões Norte e Centro-Oeste, e a contagem da população nos grandes centros será feita com o uso de técnicas convencionais, como explicou Eduardo Nunes.
Ele adiantou que os primeiros resultados do Censo Agropecuário e da contagem populacional serão revelados no final de agosto. "Aí, sim, vamos saber com exatidão quantos somos, onde moramos; quantos por sexo, por idade; para servir de base às políticas de educação, de saúde; e terem os também um retrato atualizado da estrutura produtiva, agrária, fundiária, de uso dos recursos naturais e o impacto da expansão de nossa fronteira agrícola" - resumiu o presidente do IBGE.
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