Governo estuda criar poupança para manter jovem na escola
“Com esse depósito mensal na conta da criança, ela teria um pecúlio para prosseguir nos estudos ou para montar um pequeno negócio”, disse o ministro Patrus Ananias. “A proposta ainda está amadurecendo”, prosseguiu o ministro. Patrus esquivou-se de dizer se a conta poupança já tem aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou apenas que “o presidente tem simpatia por todas as idéias que visam melhorar a condição do povo”.
Apesar de a criação da poupança ainda não estar fechada, duas outras propostas referentes ao Bolsa Família estão na mesa do presidente. A primeira é a correção do benefício do Bolsa Família e a outra é elevar de 15 para 18 anos a idade do jovem que recebe também auxílio do programa.
Aumento do benefício
A idéia é corrigir os benefícios em 16%, que é o acumulado do INPC de outubro de 2003 até hoje. Uma família cadastrada no programa recebe uma parcela fixa de R$ 50 e outra variável de R$ 15 por criança matriculada na escola, desde que o valor não ultrapasse os R$ 45. A criação da poupança não tem vínculo com esses benefícios.
Patrus justificou o aumento da idade em pesquisas do Ministério. “Nossos estudos demonstram que a maioria dos jovens não consegue concluir a oitava série até os 15 anos”, afirmou.
O ministro participou de uma reunião sobre ações na área social com o vice-presidente José Alencar, outros 13 ministros, entre eles Guido Mantega (Fazenda), Dilma Rousseff (Casa Civil), Fernando Haddad (Educação) José Gomes Temporão (Saúde), e presidentes de estatais, Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal.
Aos jovens
Essas iniciativas fazem parte dos esforços do governo de focar a política social nos jovens. Essa segunda reunião da área social serviu para formular propostas para integrar as políticas ministeriais. Caberá à ministra Dilma Rousseff a coordenação das ações do governo.
Lula quer que as políticas tenham foco nos jovens das periferias. A meta é evitar que as crianças sejam atraídas para a vida do crime antes de criar vínculos com os estudos. “O presidente explicitou também o desafio que o mobiliza que é a integração das políticas para os jovens, especialmente das periferias das grandes cidades. O governo vai fazer uma ação vigorosa que implica confluência das ações do governo”, disse Patrus.
Além do foco nos jovens, o governo quer mecanismos para analisar o impacto e a fiscalização dos repasses dos recursos. Uma das idéias, por exemplo, é criar um cadastro único dos programas sociais, cruzando os dados com o consumo de energia mensal e o cadastro do PIS/Pasep.
“Queremos integrar os programas porque temos o compromisso com as ações complementares. Nós objetivamos a emancipação das famílias através do trabalho. O objetivo é que o trabalho possam se tornar autônomas e auto-suficientes”, disse Patrus.
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