Trabalhador teve melhor reajuste dos últimos 10 anos, diz Dieese
De acordo com o levantamento, os trabalhadores conseguiram um aumento real de salário, ou seja, reajuste superior ao da inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), em 85,7% das negociações firmadas no ano passado. Conseguiram ao menos repor o índice de preços 10,7% das negociações. No anterior, o percentual de acordos com reajustes superiores ao da inflação foi de 71,7%.
O Dieese atribui o bom desempenho do ano passado ao baixo nível de inflação, 2,81% no ano passado, e ao crescimento, embora pequeno, da economia --2,9% foi a expansão do PIB (Produto Interno Bruto).
"Foram bastante positivos os resultados da negociação de reajustes salariais em 2006, ano que se caracterizou por baixos patamares inflacionários e pelo crescimento, embora insuficiente, da economia nacional", relata o estudo.
Para justificar a importância da inflação em um patamar baixo nas negociações salariais, a entidade lembra que em 2003, ano em que o INPC ficou em 10,38%, apenas pouco mais de 40% dos acordos recompor essa corrosão.
Distribuição
Mais da metade concedeu reajuste real de até 3%. Um seleto grupo, 2,1% dos acordos, teve aumento superior a 5% acima da inflação.
Entre os setores, a proporção de reajustes que possibilitaram ao menos a recomposição da inflação é semelhante: indústria (96,9%), comércio (96,5%) e serviços (95,8%). No entanto, a situação muda quando se leva em conta os acordos em que o aumento é superior ao da inflação. Nesse quesito, o comércio foi o setor com melhor desempenho, 91%, seguido pela indústria, com 89%. Serviços ficou em terceiro, com 81%.
Apesar da análise positiva sobre os acordos salariais no ano passado, o Dieese lembra que ainda não foi possível compensar as perdas salariais ocorridas em meados da década de 90; De 1996 a 2003, cerca de 43% das negociações praticadas resultaram em reajustes inferiores ao INPC --o pior ano foi 2003, 58,4%.
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