Cientistas criam mosquito transgênico para combater malária
O mosquito criado pelos cientistas é portador de um gene que impede que ele seja infectado pelo parasita da malária.
Detalhes do estudo foram publicados em Proceedings of the National Academy of Sciences.
Sobrevivência
Em uma experiência de laboratório, um mesmo de mosquitos selvagens e de mosquitos transgênicos pôde picar ratos infectados com malária.
Na medida em que se reproduziram, um número maior de mosquitos transgênicos sobreviveu. Depois de nove gerações, 70% dos insetos pertenciam à variedade resistente à malária.
Os cientistas também inseriram uma proteína fluorescente verde nos mosquitos geneticamente modificados que fez com que seus olhos tenham um brilho esverdeado.
Com isso, os pesquisadores puderam contar com mais facilidade os insetos dos dois tipos.
Vantagem
O cientista Mauro Marrelli e seus colegas da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, no Estado americano de Maryland, escreveram no artigo sobre suas experiências: "Pelo que sabemos, ninguém anunciou antes ter demonstrado que mosquitos transgênicos têm uma vantagem física sobre os não-transgênicos."
Os mosquitos geneticamente modificados tinham um índice de sobrevivência maior e punham mais ovos.
Mas quando ambos os tipos de insetos se alimentaram de sangue não-infectado, competiram em pé de igualdade.
Para que os mosquitos resistentes sejam úteis na natureza, precisam sobreviver melhor do que os não-resistentes mesmo quando não são expostos à malária.
Ainda assim, os pesquisadores concluíram: "Os resultados têm implicações importantes para a implementação de controle da malária através da alteração genética de mosquitos."
Mosquitos transgênicos que interfiram no desenvolvimento do parasita da malária tornarão mais difícil o reestabelecimento desse microorganismo em uma área depois de sua erradicação, dizem os cientistas.
A malária, que se propaga através do parasita plasmódio, formado por uma única célula, é endêmica em partes da Ásia, África, América Central e do Sul.
A doença, transmitida pela picada do mosquito do gênero anófeles, afeta 300 milhões de pessoas e mata um milhão por ano em todo o mundo. No Brasil a região mais afetada é a Norte, sobretudo na região amazônica, onde são registrados por volta de 500 mil casos anuais.
Cerca de 90% dos casos são registrados na África Subsaariana, onde uma criança morre da doença a cada 30 segundos.
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