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Economia
Segunda - 19 de Março de 2007 às 11:44

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O diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Rodrigo Rato, disse que a América Latina necessita de empresas "mundialmente competitivas" e que a região "não recebe o investimento internacional que deveria receber", em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal espanhol "El Mundo".

"Sejam companhias privadas ou estatais, trata-se de estarem em um mercado competitivo, porque isso beneficia os consumidores. E o que beneficia os consumidores deve ser um objetivo público", disse o diretor do Fundo.

Sobre os processos de nacionalização em curso na região, como na Bolívia no setor de hidrocarbonetos e na Venezuela nos setores de energia e telecomunicações, Rato disse que, do ponto de vista do FMI, ter empresas capazes de competir mundialmente não é uma questão ideológica.

"[No FMI] não somos partidários dos campeões nacionais nem desses conceitos que sacrificam o consumidor à custa de beneficiar um grupo, por mais importante que seja. As experiências no mundo indicam que isso não funciona bem", disse.

O setor de hidrocarbonetos na Bolívia teve início em maio do ano passado, com a ocupação de instalações da Petrobras no país. Neste ano, na Venezuela, o presidente do país, Hugo Chávez, anunciou a reestatização de empresas no país.

Rato disse que os governos latino-americanos devem tomar decisões "não apenas a curto prazo, mas também a médio prazo" em relação aos setores de energia e de matérias-primas. "É preciso equilibrar os benefícios a curto prazo com a necessidade de manter os fluxos de investimento."

"Um dos problemas da América latina é não receber o investimento internacional que deveria receber. E para isso há explicações, mas uma delas é que, se as pessoas têm a impressão de que a cada três anos mudam as regras do jogo, ou entram para ganhar muito dinheiro nesses três anos ou não entram", disse.

Rato disse que "os governos não podem fazer esses jogos. É preciso ter empresas competitivas mundialmente. Se são estatais dá no mesmo, ainda que a experiência indica que não é fácil com as estatais, que tendem a formar monopólios, e isso é mau".





Fonte: Folha Online

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