Apartamentos funcionais abrigam 20 ex-deputados
De acordo com a reportagem, as justificativas para a irregularidade vão desde dificuldades com a mudança até o caso de um ex-parlamentar que espera reassumir o mandato com a ida de um colega para o ministério. Ao todo, 65 ex-deputados desrespeitaram o prazo de devolução, 2 de março, um mês após o fim dos mandatos.
Entre os que permanecem nos apartamentos mesmo sem mandato, estão sete acusados de envolvimento com a máfia dos sanguessugas. "Já estou saindo. Estou conseguindo local para mudar", disse Nilton Capixaba (PTB-RO), denunciado pela Polícia Federal e pela CPI dos Sanguessugas.
O quarto-secretário da Mesa Diretora, José Carlos Machado (PFL-BA), admite que tem dado um tempo maior para os ex-deputados deixarem os apartamentos funcionais. Na avaliação dele, é melhor tentar a devolução por meio de acordo, desde que em tempo não muito extenso, sob pena de passar anos brigando na Justiça. Na semana passada, a Mesa da Câmara decidiu dar início às desapropriações.
Derrotados na eleição em outubro, os ex-deputados tiveram cinco meses para preparar a mudança, lembra a Folha. A Câmara possui 432 apartamentos, que têm entre 196 a 220 metros quadros, e ficam na área central de Brasília.
"Na primeira semana de abril, estou fora", prometeu Feu Rosa (PP-ES), que diz ter obtido prazo extra, assim como Pastor Pedro Ribeiro (PSC-CE).
"Sou suplente de coligação em que está Eunício Oliveira e Ciro Gomes. Pedi paciência à Casa. Estou com esperança de assumir, caso um deles saia ministro", explicou Pastor Pedro Ribeiro (PSC-CE). O ex-deputado Antonio Joaquim (PSDB-MA) disse que "tem apartamento vago, não está prejudicando ninguém."
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