Famoso nacionalmente após o sucesso nacional da música "Ela é Top", MC Bola continua vivendo sua vida normalmente em Santos, no litoral de São Paulo. Se não fosse as cada vez mais frequentes entrevistas e sessões de fotos, Bola, que é mais conhecido pela voz do que pela aparência, poderia continuar andando de forma anônima pela cidade.
Aos 30 anos de idade, MC Bola, que é intérprete de uma escola de samba, encontrou o sucesso em um estilo musical totalmente diferente. "Canto desde os 16 anos. Quando comecei tinha uma dupla, Bola e Betinho. Há quatro anos tenho uma carreira solo. A minha raíz é no samba, porque eu canto em escola de samba. Esse ano desfilei na Brasil. O samba é o meu amor mesmo. Não que eu não ame o funk, mas o samba é a minha vida. Minha paixão, fora a música, é o Corinthians", revela.
Apesar de ser apaixonado pelo Corinthians, foi um ídolo do Santos que fez parte do clipe de “Ela é Top”. “Tenho dois amigos em comum com o Robinho. Por meio deles eu conheci o atacante do Milan em uma festa e a gente criou uma amizade. Independente de eu ser corintiano, o Robinho não é um ídolo do Santos, é um ídolo nacional e internacional. Eu sempre fui fã demais dele. Fui cantar em uma festa dele e a gente fez uma amizade. Ele falou que ia participar do clipe e realmente participou. Foi muito legal ele ter me dado essa moral”, comemora.
Entre os ídolos da música, o cantor demonstra admiração pelos artistas cariocas. “Claudinho e Bochecha, Cidinho e Doca, Marcinho, Teco e Buzunga, Marcio e Goró. Também tem a rapaziada da Baixada que eu curto bastante, tipo Danilo e Fabinho e o meu padrinho no funk, que já faleceu, o MC Careca”, afirma.
Nas letras de suas músicas, MC Bola não exalta a sexualidade nem incentiva o consumo de bebidas alcoólicas. Ele afirma ser evangélico e diz que quer fazer um som para toda a família. “Eu sou evangélico e de uns tempos para cá tenho pegado firme. Então eu quero fazer uma música que desde uma criança de dois anos até uma pessoa mais velha possa ouvir, possa cantar. Que em um almoço na sua casa você possa ouvir uma música sem ter que abaixar quando começa um funk. Não tenho nada contra quem faça, cada um tem seu estilo. Mas eu não curto não. Prefiro fazer o meu mesmo. O Naldo fala de sexualidade, mas fala de uma forma sutil, fala da mulher de uma forma gostosa na letra e na melodia. O Coringa também, mas não é a minha praia”, comenta o cantor.
MC Bola estourou com o lançamento da música “Ela é top”, em 2012. O cantor afirma que muitos músicos brasileiros já regravaram esta música. “O que está acontecendo hoje é um sonho realizado, mas eu sei que tem muita coisa ainda para acontecer. Nenhum MC de São Paulo, nenhum MC da Baixada conseguiu fazer o que a gente está fazendo hoje, que é entrar no celeiro do funk, que é o Rio de Janeiro. A música é uma das mais executadas no Rio de Janeiro, nas maiores rádios. No Rio eles acolhem a gente de braços abertos. O funk é o funk em qualquer lugar do país. É música brasileira. Então não tem que ter rixa nenhuma. Mas tem que respeitar os caras, eles são raiz. A música foi hit nos trios elétricos. A Ivete tá cantando, a banda Psirico”, diz o artista.
Ele conta que a inspiração para escrever a música veio no momento certo. “A mulherada em si, seja novinha , seja criança, mais experiente, sempre gostou de tirar foto no espelho. Ou aquela que não tira no espelho, pelo menos no Facebook ela posta. Então comecei a prestar atenção nisso ai. Deus me deu a inspiração dessa letra e deu no que deu. O momento muito forte do Facebook ajudou”, conta.
MC Bola diz que faz shows em todo o Brasil. No total, são 40 shows por mês. Apesar do sucesso, ele se mantém na cidade onde nasceu. “São 10 shows por semana mais ou menos. São Paulo é onde está a grana, mas o Rio é onde está a vitrine. Tem que estar neste eixo Rio-São Paulo. Apesar que eu sempre estou em Santos. Sinto saudade dos amigos", comenta.
Mesmo com o sucesso no funk, MC Bola conta que gosta de ouvir música gospel, pagode e que ainda pensa em cantar outros gêneros. “Eu ouço de tudo. Já me falaram muito que logo eu vou cantar para Deus. A minha profissão é na noite. Eu sei que na noite tem muita coisa errada. Mas eu não tenho vício nenhum. Não tenho problemas com drogas ou com bebida. Mas não sei, acho muito bonito, tanto é que estou ouvindo um CD de música gospel, da Aline Barros. Gosto muito de pagode, Arlindo Cruz, Zeca Pagodinho, Alcione, escuto tudo. Sou um cara eclético, mas agora escuto mais música gospel, coisas do tipo Thalles Roberto. É muito bom e eu indico. Eu pretendo cair para outras áreas, principalmente pagode que eu curto bastante, mas não costumo fazer planos. É bom trabalhar e entregar nas mãos de Deus”, finaliza Bola.
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