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Nacional
Sábado - 17 de Março de 2007 às 12:05

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A construção de novas usinas de energia nuclear terá 69% de conteúdo nacional, de acordo com o presidente da Eletronuclear, Othon Pinheiro da Silva. O percentual se refere aos componentes do sistema secundário (que não entram em contato com o material radioativo) e inclui serviços de engenharia, suprimentos e construção civil.

Com as novas usinas, a Eletronuclear pretende configurar uma central nuclear que use tecnologia importada, mas adequada à matriz energética brasileira. Para o sistema central, que entra em contato com material radioativo, as opções que se ajustam à tecnologia usada no país são fabricadas pela francesa Areva, pela russa Rosenergoatom e pela americana Westinghouse.

"Estamos começando a nacionalização pelo sistema secundário, em que temos de 9 a 11 fornecedores para cada serviço", disse.

Material

No caso de Angra 3, já foram comprados os componentes mecânicos, mas falta adquirir material de instrumentação e controle. O custo para a construção de Angra 3 é estimado em R$ 7,2 bilhões. Já foram adquiridos 70% dos suprimentos importados e 5% dos suprimentos nacionais.

Segundo o presidente da Cnen (Comissão Nacional de Energia Nuclear), Odair Gonçalves, o setor precisa investir na reposição de mão-de-obra qualificada. A maioria dos profissionais está próxima da aposentadoria. Somente na Cnen, a necessidade de reposição chega a 700 profissionais.

O impacto da eventual escolha do governo pela energia nuclear não deve recair apenas sobre a construção de usinas, mas também sobre a exploração de urânio.

Aumento da capacidade

Segundo Roberto Esteves, presidente da INB (Indústrias Nucleares do Brasil), a construção de novas usinas pode exigir o aumento da capacidade de produção das unidades do ciclo de combustível (do beneficiamento até a montagem de elementos combustíveis). "A INB necessitará aumentar a produção de urânio na mina de Caetité ou iniciar um novo projeto mineral, provavelmente em Santa Quitéria, no Ceará."

O país é o sexto maior em reservas de urânio, com menos de um terço do território prospectado. Desde 2003, o preço do urânio subiu cerca de 700%, cotado atualmente a US$ 85 por libra (por 450 gramas). De acordo com a INB, a exportação de uma parcela inferior a 2% das reservas conhecidas viabilizaria os investimentos.

Apesar disso, o enriquecimento de urânio no país ainda é um processo recente e não é feito ainda em escala comercial. De acordo com a INB, em razão de restrições orçamentárias, somente em 2012 será possível atingir a capacidade para suprir 60% das necessidades de Angra 1 e 2.





Fonte: Folha de S.Paulo

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