Record transmitirá Olimpíadas após acordo de US$60 mi
"A TV Record... vai oferecer uma cobertura ampliada dos Jogos Olímpicos por meio de vários canais de TV", disse o COI em comunicado, depois de meses de negociação direta com o grupo brasileiro fundado em 1953.
"A organização também vai adquirir os direitos de transmissão dos Jogos em todas as plataformas de mídia, incluindo TV a cabo, satélite, Internet e telefones celulares", afirma o texto do comitê.
Segundo o diretor de esportes da Record, Eduardo Zebini, o dinheiro pesou na negociação, mas a disputa com a Globo, que há décadas obtinha os direitos de transmissão, foi definida também pelo compromisso de ampla transmissão da Olimpíada londrina na TV aberta.
"Durante muito tempo a Globo fez aquisição dos eventos esportivos tanto por motivos comerciais como por audiência. Mas quando você adquire todos os eventos, existem dificuldades com grade, acomodação e divulgação. Diante disso, os detentores do direito quiseram uma nova saída", disse ele à Reuters.
"A Globo não trabalhou com o hábito de transmitir esporte. Basquete, por exemplo, perdeu importância junto com a perda de divulgação. É isso que queremos recuperar."
Representantes da Globo não estavam disponíveis para fazer comentários.
Zebini afirmou que algumas TVs brasileiras já estão procurando a Record para participar das transmissões das Olimpíadas de 2010 e 2012. De acordo com ele, a rede buscará mais transmitir outros eventos esportivos em projetos também disputados pela Globo, como a Eurocopa de 2008.
DINHEIRO
As receitas com a transmissão e com os novos direitos de mídia para as Olimpíadas de 2010 e 2012 já subiram cerca de 40 por cento na comparação com o pacote dos dois Jogos anteriores, e terá um excedente de 3 bilhões de dólares, segundo o COI.
O COI recebeu cerca de 2,5 bilhões de dólares em direitos de transmissão para os Jogos de Inverno de Turim, em 2006, e para os Jogos de Verão de Pequim, no ano que vem.
A maior parte das receitas para o pacote 2010-2012 virá da rede norte-americana NBC, que está pagando 2,2 bilhões de dólares. O Sindicato das Transmissoras Européias acrescentaram outros 614 milhões de dólares.
Ainda existem acordos a serem fechados em Japão, Itália, África, Austrália e Nova Zelândia.
"O Brasil é um mercado chave para o Movimento Olímpico na América do Sul e esse acerto significa um novo e empolgante período tanto na exposição como nas receitas para o Movimento Olímpico como um todo", disse Richard Carrion, líder das negociações e membro da direção-executiva do COI.
O COI afirmou que o seu novo sistema de venda dos direitos — para um único "guardião" por território que concede sublicenças a meios tradicionais e novos — impulsionou as receitas.
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