Em protesto, operários interrompem obra em autódromo para Pan-2007
No início da tarde, cerca de 800 homens deixaram o canteiro em protesto contra as más condições de trabalho e pedindo equiparação salarial com os operários do Estádio Olímpico João Havelange, no Engenho de Dentro (zona norte).
Esta foi a segunda manifestação de trabalhadores em obras do Pan desde o início do mês.
No dia 2, cerca de cem homens interromperam o trabalho por um dia no estádio olímpico. Na semana seguinte, as reivindicações foram atendidas pelo consórcio daquela obra.
Além de pedirem aumento de 15%, os operários apontaram irregularidades no canteiro --de comida ruim a ausência de médicos de plantão. "Trabalhamos numa obra caríssima para receber um salário deste. Fica difícil", disse o servente Rogério de Oliveira dos Santos, que ganha R$ 600 por mês e trabalha dez horas por dia.
Orçado em R$ 75 milhões, o parque aquático faz parte do Complexo Esportivo do Autódromo, que terá também um ginásio e um velódromo. As outras duas obras, em poder de outras construtoras, não foram interrompidas ontem.
Depois de reunião com as construtoras Delta e Sanerio, os operários decidiram trabalhar no turno da noite. Hoje, farão assembléia para ouvir a resposta do consórcio a suas reivindicações.
"Espero que a resposta seja proveitosa. Caso aconteça uma greve, será difícil para o consórcio cumprir o prazo de entrega", disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada do Estado do Rio, Nilson Duarte Costa, que ameaçou paralisação em outras obras do Pan. A entrega da obra está prevista para abril.
O secretário municipal de Obras, Eider Dantas, disse que o ato dos operários faz parte da "negociação da categoria por aumento". Mesmo assim, falou que a prefeitura estuda a "importação" de trabalhadores de outros Estados, se a obra for paralisada por uma greve.
"Podemos buscar operários em Minas Gerais, São Paulo e Paraná. As empreiteiras têm funcionários capacitados lá e não encareceria muito o nosso trabalho", afirmou Dantas.
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