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Internacional
Terça - 13 de Março de 2007 às 07:12

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As comunidades judaica e árabe de Israel vivem com o medo mútuo, segundo um estudo do professor Samy Samoja, decano da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Haifa. A pesquisa revela que 68% dos judeus temem uma revolta de parte dos árabes. Ao mesmo tempo, 71,5% dos árabes têm medo de atos de violência dos judeus, segundo os resultados do estudo publicados hoje pelo jornal "Maariv".

O relatório será apresentado num simpósio previsto para a próxima semana, na Universidade. Em seu trabalho, Samoja entrevistou 702 judeus e 721 árabes. A maioria (62%) dos árabes teme a anexação de suas localidades a um futuro Estado palestino. A sua identificação nacional e política, porém, é com os irmãos palestinos da Cisjordânia ocupada e da Faixa de Gaza.

Além disso, 60% do total de 1,1 milhão de árabes temem ser "transferidos" à força a um futuro Estado palestino, ou a países árabes, segundo propõem os partidos hebreus da extrema direita nacionalista.

A desconfiança impede 63% dos judeus de visitar localidades árabes, e 64% se mostram "preocupados" com a alta taxa de natalidade de seus vizinhos, que atualmente contam com 10 dos 120 representantes do Parlamento israelense (Knesset).

Em janeiro, pela primeira vez desde a fundação de Israel, em 1948, o Gabinete Nacional incluiu um ministro da coletividade árabe muçulmana, Raleb Majadele, do Partido Trabalhista.

Segundo o estudo, 80% dos árabes temem um confisco em massa de suas terras por parte do Governo central. Entre os judeus, 73% põem em dúvida a lealdade da comunidade árabe ao Estado de Israel, e 83% se dizem preocupados com o apoio deles aos palestinos.

O jornal informa hoje que o Serviço de Segurança Geral (Shin Bet) e o Governo estão inquietos devido à radicalização de setores islâmicos que se identificam com o movimento palestino Hamas, com o xiita libanês Hisbolá, e com o Irã, cujo presidente, Mahmoud Ahmadinejad, quer "apagar Israel do mapa".

Samoja explica que as porcentagens refletem temores e desconfiança entre as duas comunidades. Mas muitos falam do desejo de conviver em paz.

"Os árabes residentes no Estado israelense estão ligados profundamente à vida do país, vêem seu futuro como parte dele e de nenhuma maneira estão dispostos a aceitar a anexação a um Estado palestino", diz Samoja.

Um novo movimento de intelectuais da comunidade árabe recentemente declarou que exige autonomia cultural e que Israel se transforme num "Estado de todos os seus cidadãos" abandonando os símbolos judeus, como o hino nacional hebraico, o "Hatikva", a estrela de Davi e o candelabro de sete braços.





Fonte: EFE

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