Sem CPI do apagão, oposição ameaça obstruir votações

Enquanto esperam a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), os partidos de oposição vão partir para o confronto com o governo a partir desta terça-feira no plenário e nas comissões da Câmara. Em resposta à ação da base de barrar a instalação da CPI do apagão aéreo, o PFL, o PSDB e o PPS anunciaram que vão obstruir os trabalhos, principalmente em votações de interesse do Palácio do Planalto.

Com um grande número de aliados, o governo vai usar sua maioria para manter as votações, sem a preocupação de tentar um acordo com a oposição. "Não há acordo. Não vai se instalar a CPI", enfatizou o vice-líder do governo Henrique Fontana (PT-RS), depois de reunião hoje com os líderes da base.

O líder do governo, José Múcio Monteiro (PTB-PE), argumentou que o plenário, na semana passada, já encaminhou esse assunto para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e que, portanto, qualquer discussão deve se dar na comissão.

O líder sinalizou que a base vai usar os seus votos para atropelar a estratégia da oposição de obstruir as votações. "Não podemos fazer só o que dá acordo", afirmou, admitindo que os aliados terão de trabalhar mais quando a oposição estiver em obstrução.

O líder do PSDB, Antonio Carlos Pannunzio (SP), reconhece que a oposição não poderá impedir as votações - porque reúne no máximo 140 deputados -, mas acredita que dará trabalho ao governo aproveitando todos os mecanismos de obstrução.