Lula diz que não vai produzir biocombustíveis na Amazônia
Durante o programa, Lula se antecipou a críticas de ambientalistas ao projeto de biocombustível. Além de prometer que o governo só investirá em áreas sem vegetação nativa, o presidente destacou que os combustíveis renováveis causam menos danos ambientais. "Temos de preservar nossas matas e nossa fauna", disse. "A mistura de álcool e gasolina diminuem a emissão de gás carbônico."
Ele avaliou que é irreversível a transformação do álcool em uma commodity, mercadoria com preço regulado no mercado externo. "É uma questão irreversível na medida em que o álcool começa a ganhar corpo, começa a ser misturado na gasolina e os países do mundo inteiro começam a se preocupar em diminuir a emissão de gás carbônico", disse. "Isso significa que logo, logo, o álcool vai ter um preço internacional", completou. "Temos de ter mais responsabilidade, porque nós temos que, não só oferecer o álcool, mas garantir o suprimento do mercado brasileiro e do mercado internacional."
Na entrevista ao jornalista Luiz Fava Monteiro, da Radiobrás, o presidente disse acreditar que o Brasil e os Estados Unidos podem fazer uma parceria capaz de mudar a lógica da política energética na área de combustíveis. "Os Estados Unidos são grandes produtores de álcool e produzem o álcool de milho. O álcool de milho é mais caro do que o álcool de cana-de-açúcar. Só para ter uma idéia, o Brasil precisa investir US$ 0,28 para produzir um litro de álcool, e os Estados Unidos precisam investir US$ 0,45 para produzir um litro de álcool de milho", observou.
Lula comentou o encontro que teve na sexta-feira com o presidente dos Estados Unidos, George Bush. "Estamos convencidos de que essa parceria passa por investimentos dos países mais ricos em países mais pobres, para que estes possam produzir também o álcool ou o biocombustível."
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