<b>Preço de remédios pode subir até 3%</b>

A população deve preparar o bolso para um novo aumento nos preços dos medicamentos. O Ministério da Saúde deve tornar público o índice que vai reajustar quase 24 mil remédios que têm os preços controlados. A alta máxima será de 3%, igual à inflação acumulada de março de 2006 a fevereiro deste ano. É o menor reajuste desde 2004, quando o governo começou a tabelar o preço máximo dos produtos que enfrentam menor concorrência.

A inflação baixa, a queda do dólar e o aumento da concorrência beneficiaram o consumidor na hora em que a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (Cmed) fez as contas. Com o índice divulgado oficialmente, os fabricantes vão compor seus preços e divulgá-los. Os novos valores entram em vigor a partir do próximo dia 31 e valem pelos próximos 12 meses.

Para amenizar o aumento, os consumidores devem se aproveitar da concorrência. A disputa entre os laboratórios tem resultado em descontos para as farmácias, que também em função da competição, têm repassado as promoções para a população. A consolidação dos genéricos no mercado também ajuda a baixar preços. Para competir, os fabricantes dos produtos de marca dão descontos para as farmácias, que repassam para o consumidor, segundo o vice-presidente do Sindicato das Farmácias do Distrito Federal, Wagner Ferreira Giffoni.

A competição no varejo também é grande e fez que se tornasse comum em Brasília a política de cobrir a oferta. As associações que vendem os produtos até 30% mais baratos têm ajudado na queda dos preços. Como só entregam os remédios, no mínimo, 24 horas após o pedido, não atendem a quem tem urgência, mas servem para balizar o mercado. “Tem gente que liga na associação e pede o preço para negociar com a farmácia. Estamos ajudando a regular o mercado”, comemora o presidente da Associação de Defesa dos Consumidores e Usuários de Medicamentos do DF (Adcum-DF), Francisco Tadeu de Moraes.

Ao todo cerca de 100 mil brasilienses estão ligados a uma das cinco associações que atuam no DF. As vantagens são maiores para quem precisa de medicamentos de uso contínuo, já que podem antecipar a compra. É o que faz o aposentado Roberto Fagundes. Associado à Adcum, ele gasta mensalmente mais de R$ 400 com remédios. “Nunca fiz as contas de quanto gastaria se comprasse em outro local, mas olhando cada preço individualmente, sei que economizo muito”, afirma.