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Nacional
Domingo - 11 de Março de 2007 às 20:21
Por: Ricardo Amaral

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BRASÍLIA (Reuters) - O deputado Michel Temer (PMDB-SP) foi reeleito presidente do partido neste domingo, com o apoio de 80 por cento dos delegados à convenção nacional do PMDB. O resultado isola os adversários internos de Temer, que anunciou uma era de "paz e amor" na legenda.

"O comparecimento dos delegados foi significativo e mostrou a força e a vitalidade do PMDB. Agora, é paz interna. Paz e amor", disse o deputado a jornalistas, constatando o fracasso de uma campanha de boicote à convenção.

Dos 558 delegados de todos os Estados, 450 compareceram à convenção. Como aguns delegados têm direito a votar mais de uma vez, Temer recebeu 598 votos dos presentes, registrando-se dois nulos e dois em branco. Foi o maior quórum das últimas convenções do partido, segundo Temer.

Com um discurso de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dentro da coalizão, Temer conseguiu o apoio dos sete governadores do PMDB e da maioria dos deputados e senadores para a chapa única do diretório nacional que encabeçou. Ele defendeu o lançamento de um candiato do partido ao Planalto, em 2010, com apoio dos aliados.

"Estamos numa coalizão governamental que pode se transformar em coalizão eleitoral. Nesse caso, como maior partido, o PMDB tem o direito de lançar o candidato", disse Temer na convenção.

Temer e o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), devem se enconrar com Lula nesta segunda, para tratar da indicação de ministros.

O deputado Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), indicado para o Ministério da Integração Nacional, chegou a anunciar uma visita da nova executiva a Lula na noite de domingo, mas depois disse que o encontro não chegou a ser marcado.

"Já temos o deputado Geddel praticamente confirmado na Integração Nacional e agora vamos ver a sequência", disse Temer sobre a expectativa de o PMDB indicar pelo menos mais um ministro.

"Não vamos fazer disso um cavalo-de-batalha. Ninguém vai ao presidente para pressioná-lo", ponderou Geddel.

GAROTINHO COM LULA

A convenção desse domingo foi marcada por discursos sintonizados no apoio ao governo Lula, inclusive do ex-governador Anthony Garotinho (RJ), até pouco tempo inimigo declarado do presidente.

"Em todos os momentos em que a direita se organizar, em que o PFL e o PSDB tentarem armar contra o presidente Lula, o PMDB estará ao seu lado", disse Garotinho em seu discurso.

O ex-governador do Rio foi eleito segundo-secretário na nova comissão executiva do partido. O atual governador, Sergio Cabral, indicou o deputado Nelson Bornier (RJ) para a primeira-secretaria, fechando um acordo regional.

O apoio de Garotinho à coalizão provocou protesto de sua filha Clarissa, que usou uma blusa preta em sinal de luto.

As claques do PMDB do Rio e do MR-8, normalmente envolvidas em conflitos e turbulências, gritaram apenas palavras de unidade e de apoio ao governo desta vez. "Um, dois, três, quatro, cinco, mil, PMDB unido na defesa do Brasil", era um dos refrões.

VOLTA POR CIMA

Considerado politicamente morto depois das eleições presidencias de outubro, quando apoiou o candidato tucano Geraldo Alckmin, Temer aceitou em novembro o convite para integrar a coalizão de apoio ao presidente Lula.

Num movimento ousado, fechou um acordo com o PT e garantiu a eleição do petista Arlindo Chinaglia (SP) para a presidência da Câmara, em fevereiro.

Na convenção desse domingo, Temer derrotou o grupo do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), e do ex-presidente José Sarney (AP), que lançaram a fracassada candidatura do ex-ministro Nelson Jobim ao comando do partido.

Arlindo Chinaglia, um dos fiadores da aliança PT-PMDB, foi à convenção agradecer o apoio que recebeu na eleição para a presidência da Câmara. Pelo acordo, ele será sucedido em 2009 por um deputado do PMDB, provavelmente Michel Temer.

Os 119 membros do novo diretório elegeram a nova comissão executiva, que tem Michel Temer para presidente para um novo mandato de dois anos, podendo ser renovado por mais um.

Os vice-presidentes são a deputada Iris Araujo (GO), Joaquim Roriz (DF) e Eduardo Pinho Moreira (SC). O secretario-geral é Mauro Lopes (MG), tendo Bornier e Garotinho na primeira e segunda secretarias, respectivamente. Mônica Oliveira (CE) permanece como tesoureira, tendo como adjunto Caíto Quintana (PR).

Orestes Quércia (SP), Darciso Perondi (RS), Dorani Sampaio (PE) e Geddel Vieira Lima foram eleitos vogais, com direito a voto. Os suplentes são Wilson Santiago (PB), Gerson Camata (ES), Rose de Freitas (ES) e Moisés Avelino (TO). Também fazem parte da executiva os líderes na Câmara, Henrique Eduardo Alves, e no Senado, Valdir Raupp (RO).




Fonte: Terra

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