Brasileiros são alvo de 11 mil tiros em um mês no Haiti
Regidos por regras de engajamento da ONU, que só autorizam disparos em reação, proporcionais à ameaça e com a visualização do alvo, os brasileiros atiraram de volta cerca de 5.000 vezes no mês. Fevereiro teve intensos confrontos para a tomada de Boston, região da violenta Cité Soleil.
Desde junho de 2004 liderando os capacetes azuis no país caribenho, o Brasil ainda não registrou nenhum militar morto em confronto. A única morte foi a do general Urano Bacellar, chefe militar da Minustah, que se suicidou em janeiro do ano passado.
Documento de 4 de fevereiro relata episódio da véspera: "Às 16h30, o Ponto Forte [base com ponto de observação] Coxim recebeu cerca de 300 tiros (...) vindos da direção de Boston. Após identificar a origem dos disparos, a tropa respondeu com 160 disparos (...) Não foram identificadas baixas".
"Esta é a nossa guerra", disse o coronel Pedroza, da Comunicação Social do Batalhão, que reclama a conscientização no Brasil da importância da presença do país no Haiti.
O alto número de disparos dos integrantes dos grupos armados reflete, segundo militares brasileiros, despreparo e tiros a esmo. Apesar disso, eles utilizam uma série de táticas militares para dificultar a progressão das tropas de paz. Enormes fossos de até 3 m de profundidade e extensão são cavados nas ruas de acesso aos seus quartéis-generais --normalmente um imóvel no interior das comunidades-- para impedir a entrada de blindados com soldados.
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