Estado incipiente segura ONU no Haiti
"Nem todo o dinheiro do mundo vai resolver todos os problemas do Haiti", afirmou Mulet, em entrevista à Folha, em seu escritório. "Realmente não sei quando sairemos. A ONU, a OEA (Organização dos Estados Americanos) ou os EUA estiveram aqui sete ou oito vezes nos últimos anos. Uma saída precipitada poderia pôr tudo a perder. Desta vez, tem de ser para valer", disse Mulet.
Como conquistas da Minustah, ele cita a realização de "três eleições transparentes" no ano passado, a pacificação de regiões turbulentas de Porto Príncipe e a "obtenção da estabilidade política" no governo de coalizão liderado pelo presidente René Préval --que convidou para o ministério políticos de diversos partidos.
Segundo Mulet, uma "foto do Haiti hoje revelaria uma situação horrível, com déficit em diversos aspectos, pobreza, falta de instituições e Estado muito fraco e ausente".
Para ele, é necessário que o país comece logo a viver sob a "égide da lei" e construa instituições para começar a atrair investimentos.
A opinião é semelhante à do embaixador brasileiro, para quem a melhora do Haiti depende do apoio da comunidade internacional e da "capacidade dos estadistas do país".
Questionado sobre se os políticos do país caribenho são estadistas, Andrade Pinto foi reticente: "O presidente eu acredito que tenha [estatura]". Em seguida, porém, o diplomata reclamou da passividade de Préval: "Ele é devagar. É bom, mas me parece devagar."
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