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Internacional
Domingo - 11 de Março de 2007 às 13:53

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Um país relativamente estável na política, mas sem instituições confiáveis e com um presidente descrito como "devagar". É este o Haiti na visão do chefe da Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti), Edmond Mulet, e do embaixador brasileiro no país, Paulo Cordeiro de Andrade Pinto. Nenhum dos dois vislumbra o fim da Minustah.

"Nem todo o dinheiro do mundo vai resolver todos os problemas do Haiti", afirmou Mulet, em entrevista à Folha, em seu escritório. "Realmente não sei quando sairemos. A ONU, a OEA (Organização dos Estados Americanos) ou os EUA estiveram aqui sete ou oito vezes nos últimos anos. Uma saída precipitada poderia pôr tudo a perder. Desta vez, tem de ser para valer", disse Mulet.

Como conquistas da Minustah, ele cita a realização de "três eleições transparentes" no ano passado, a pacificação de regiões turbulentas de Porto Príncipe e a "obtenção da estabilidade política" no governo de coalizão liderado pelo presidente René Préval --que convidou para o ministério políticos de diversos partidos.

Segundo Mulet, uma "foto do Haiti hoje revelaria uma situação horrível, com déficit em diversos aspectos, pobreza, falta de instituições e Estado muito fraco e ausente".

Para ele, é necessário que o país comece logo a viver sob a "égide da lei" e construa instituições para começar a atrair investimentos.

A opinião é semelhante à do embaixador brasileiro, para quem a melhora do Haiti depende do apoio da comunidade internacional e da "capacidade dos estadistas do país".

Questionado sobre se os políticos do país caribenho são estadistas, Andrade Pinto foi reticente: "O presidente eu acredito que tenha [estatura]". Em seguida, porém, o diplomata reclamou da passividade de Préval: "Ele é devagar. É bom, mas me parece devagar."





Fonte: Folha de S. Paulo

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