Repórter News - reporternews.com.br
Polícia Brasil
Domingo - 11 de Março de 2007 às 13:25

    Imprimir


A Polícia Civil do Rio de Janeiro avalia que a megaoperação policial realizada no Complexo do Alemão, na última terça-feira, tenha deixado um prejuízo de R$ 400 mil à quadrilha que comanda o tráfico na região. O intenso tiroteio durou mais de seis horas, resultando na morte de um agente e deixando outras dez pessoas feridas.

Mais de 10 mil balas foram encontradas em um paiol estourado pela Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (Drae) dentro de uma casa no Largo do Bulufa, na favela da Grota (que fica no Complexo). "As informações que temos é de que conseguimos dar um prejuízo de 80% no estoque de munição deles. Os outros 20% estavam espalhados em outros lugares ou nas mãos dos bandidos que atiravam", afirma o diretor da Drae delegado Carlos Antônio Oliveira.

Durante a semana, o delegado Alan Turnowski, diretor do Departamento de Polícia Especializada (DPE), que comandou a ação, falou sobre a necessidade de a polícia voltar ao Complexo outras vezes para não deixar o grupo chefiado por Antônio de Souza Ferreira, o Tota, repor o armamento perdido.

Arma de R$ 40 mil

As informações que levaram a equipe de Oliveira ao paiol indicavam três endereços: além da casa que servia como depósito, eles foram nas residências de dois homens de confiança de Tota, conhecidos como Fabiano e Tubarão, e lá apreenderam parte do material.

Uma metralhadora de fabricação belga do ano de 1917 - usada como artilharia antiaérea ¿ foi o que mais chamou a atenção. Ela está avaliada em R$ 40 mil no mercado paralelo de armas, em rotas de contrabando que têm Paraguai e Argentina como ponto inicial.

Somente de munição foram apreendidas 7.180 unidades (todas para o calibre 5.56 - fuzil AR-15 ou M-16), que custaram cerca de R$ 125 mil à boca-de-fumo. Foram encontradas outras 2.026 balas de pistola calibre 9 mm, e 209 de PT 380 que, somadas, valem R$ 16 mil.

Já as 860 balas de 7.62 (para fuzil FAL e para a própria ponto 30) representam cerca de R$ 17 mil. Foram 10.275 projéteis no total, além de duas granadas M4, avaliadas em cerca de R$ 350 cada.

"Só de fuzil o tombo foi de mais R$ 100 mil", calcula o delegado da Drae, salientando que a dificuldade de comercialização dessas armas elevou o preço do 7.62 para cerca de R$ 35 mil: "Além de três FAL, pegamos um Rugger, que é o 5.56 e está custando uns R$ 15 mil". Tudo isso sem contar os 65 kg de maconha e os 20 kg de crack, aumentando o prejuízo do tráfico em mais R$ 50 mil.

A perda da quadrilha, entretanto, não foi apenas financeira ou material. Um dos braços armados do Comando Vermelho (CV) atualmente, o traficante Alexander de Jesus Carlos, o Choque, que controla o tráfico na Favela de Manguinhos, foi baleado. Segundo informações obtidas por equipe da Polícia Civil que investiga o Alemão há um ano, o bandido teria levado um tiro de fuzil no rosto, um pouco abaixo do olho.

"Ele não deu entrada em hospital nenhum, porque o tiro entrou no rosto e saiu pela nuca. Lá dentro ele chegou a ser dado como morto, mas está sendo cuidado por uma enfermeira", explicou o inspetor.

Novo confronto

Ontem à noite, PMs e traficantes trocaram tiros na Favela da Grota, em Ramos, que pertence ao Complexo do Alemão. O confronto terminou com um morto, Jackson Vieira da Silva, de 25 anos.

Ele estava numa moto com Adalberto de Moraes Apolinário, de 19, ferido no tórax e levado para o Hospital Geral de Bonsucesso. Roni de Brito, 39 anos, também foi ferido: uma bala perdida o atingiu nas nádegas ao descer de um ônibus na Estrada do Itararé.





Fonte: O Dia

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/237410/visualizar/