Arcanjo não dá problemas no presídio e é receptivo à mídia

Desde que chegou ao Brasil, ao contrário do que a opinião pública esperava, João Arcanjo Ribeiro ganhou ainda mais notoriedade por portar-se bem no presídio, sem nenhuma intercorrência grave, como tentativa de fuga, por exemplo, e por demonstrar simpatia em todas a vezes que esteve diante das câmeras da imprensa, estadual e nacional, ávida acerca das revelações que poderia fazer quanto aos negócios de políticos em suas factorings. Neste campo, causou decepção.

Assim que chegou ao Estado, Arcanjo foi exaustivamente fotografado e filmado no aeroporto Marechal Rondon, enquanto transladado por um batalhão policial até o Pascoal Ramos. Suas primeiras imagens na cela foram divulgadas no dia seguinte à sua chegada. Vestindo o uniforme laranja do presídio e literalmente atrás das grades, a reação da opinião pública era que haveria um processo de sua defesa contra o sistema por exposição de sua imagem. Ao contrário, o bicheiro não reagiu. E concedeu uma série de entrevistas aos veículos interessados, inclusive uma coletiva dentro do presídio.

Quando questionado pelos crimes imputados a ele, o bicheiro dizia que suas condenações e processos contra si não passavam de uma sucessão de erros daqueles que o perseguiam e que tudo isso ia passar, até poder retomar sua vida normal, seus negócios.

Durante as audiências nos fóruns da Capital e Várzea Grande, Arcanjo se mostrava solícito aos repórteres e não criava problema para atender cinegrafistas e fotógrafos. Em certa ocasião, chegou a pedir licença a uma repórter que atrapalhava a captação de sua imagem por uma câmera de TV. “Hei, com licença, está atrapalhando o rapaz”, disse. (NW)