A Polícia Civil aguarda a conclusão do laudo final feito pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) sobre a morte dos três pacientes após exames de ressonância magnética no Hospital Vera Cruz, no dia 28 de janeiro deste ano em Campinas (SP), para finalizar o inquérito sobre o caso. Enquanto espera a entrega dos exames, o delegado responsável pelas investigações, José Carlos Fernandes, afirmou ao G1 na manhã desta quarta-feira (3) que trabalha com a hipótese de falha humana nos procedimentos que antecederam as mortes na unidade médica particular.
"Com os laudos que já temos em mãos descartamos homícidio e contaminação dos medicamentos utilizados no contraste, agora a investigação se concentra apenas em uma possível falha humana", afirma Fernandes, que ainda completou dizendo que com o laudo parcial da Unicamp e o do Instituto Adolfo Lutz já esclareceram várias dúvidas que surgiram na investigação. "Já esclarecemos muita coisa, tanto que trabalhamos com uma hipótese só, mas ainda precisamos do laudo final".
O delegado afirma ainda não ouvirá mais testemunhas e que apenas aguarda o laudo final da universidade para concluir o inquérito. "Posso afirmar que estamos em fase final, vamos esperar a conclusão dos laudos e convocar uma coletiva para anunciar a conclusão do inquerito, mas por enquanto, a hipótese trabalhada é a de falha humana", completa.
A expectativa da Polícia Civil é que o laudo final deve chegar até o fim desta semana. Já a Unicamp afirmou que não vai se pronunciar em relação aos exames. O Instituto Adolfo Lutz avaliou os contrastes usados nos procedimentos e os laudos da universidade foram feitos pelo Centro de Controle de Intoxicação da Unicamp, que recebeu amostras de materiais dos pacientes.
Exames liberados
A Vigilância em Saúde liberou no dia 22 de março a realização dos exames de ressonância magnética, desde que sem a utilização de contraste, no Hospital Vera Cruz. De acordo com a diretora da Vigilância, Brigina Kemp, a decisão foi tomada após a constatação de que a clínica realizou uma série de adequações, principalmente, relacionadas à documentação do procedimento.
Além da proibição no uso do medicamento que dá visibilidade aos órgãos durante o exame médico, o aparelho usado para injetar o contraste no paciente - conhecido como bomba de infusão - também continua interditado.
O caso
Três pessoas morreram no dia 28 de janeiro deste ano após realizarem exames de ressonância magnética no hospital particular Vera Cruz. Entre as vítimas estão a administradora de empresa Mayra Cristina Augusto Monteiro, de 25 anos, que deixou uma filha de 4 anos. Também morreu o paciente de Santa Rita de Cássia, o zelador Manuel Pereira de Souza, de 39 anos, casado e pai de uma filha de 6 anos. O terceiro paciente é Pedro José Ribeiro Porto Filho, de 36 anos.
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