Mantega diz que espera ver juros reais em 5%
"A minha expectativa é que o Brasil tenha, ao longo dos anos, uma taxa de juros real, de curto e de longo prazo, compatível com as taxas de juros dos demais países emergentes", disse. "Portanto, algo como 5% real."
Atualmente os juros reais - a taxa Selic menos a inflação - estão em 8,6%. Segundo Mantega, hoje o Brasil possui condições necessárias para que se conquiste esse objetivo, dentro da política de metas inflacionárias fixada no País. Na última reunião do Copom, nesta semana, recordou, a redução dos juros foi de 0,25%, fixando-se em 12,75% anuais.
"Essa redução ocorreu em meio a um período de ligeira turbulência internacional", enfatizou. "Ou seja, embora o mundo esteja às voltas com algumas dificuldades e alguma turbulência, mesmo assim o Brasil continua na sua trajetória de redução das taxas de juros."
Para o ministro, existe atualmente a "segurança" de que é possível manter essa trajetória de crescimento econômico e de redução, gradual, das taxas de juros.
"Satisfação" Mantega disse que é uma "satisfação" para o Brasil ver que a Argentina, seu segundo parceiro comercial, depois dos Estados Unidos, está crescendo a taxas de 8% a 9% por ano. Mas disse que o Brasil "não tem condições" de ter expansão econômica deste patamar.
"O Brasil não tem condições de crescer a 8%, mas tem condições de crescer a 5% de forma sustentada. E esse é nosso objetivo". Mantega afirmou ainda que em 2007 a economia brasileira já registra crescimento superior a 4%.
Para o ministro, é uma boa notícia para o Brasil que o país vizinho mantenha - pelo quarto ano consecutivo - os atuais índices de crescimento. "Isso vai levar a Argentina a ter melhores condições econômica e social. Significa que a Argentina vai comprar mais produtos brasileiros e vai exportar também produtos para o Brasil", estimou.
"A nossa integração econômica é cada vez maior e algumas empresas brasileiras transferem investimentos para a Argentina, devido à nossa valorização do câmbio frente à moeda argentina".
Mantega lembrou que o mesmo, na mão inversa, já ocorreu no passado, quando o peso estava mais valorizado que o real, frente ao dólar.
O ministro viajou a Buenos Aires para participar de reuniões com autoridades da Argentina e falou durante entrevista, no Ministério da Economia, ao lado da ministra Felisa Miceli.
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