UCI apresenta ambicioso programa antidoping
"Nosso objetivo é implantar no ciclismo o melhor programa antidoping do mundo. Só os ciclistas limpos têm direito de ganhar, os que fazem armadilhas serão desmascarados e os que tenham a tentação serão desestimulados", afirmou o presidente da UCI, Pat McQuaid, na apresentação do programa em Paris.
O programa, batizado "100% Contra o Doping", terá um custo de 1 milhão de euros. Cada equipe deverá doar 30 mil euros ao programa e cada organizador destinará cerca de mil euros por dia de corrida.
A esta quantia se acrescenta o dinheiro que a UCI dedica atualmente à luta contra o doping, porque McQuaid assinalou que os programas atuais continuarão, o que eleva a mais de 3 milhões de euros as despesas antidoping.
O projeto, que estará em funcionamento no final desta temporada, reforçará testes surpresa fora de competições, o que faz com que todos os ciclistas das equipes Pró Tour sejam submetidos pelo menos a um deles durante a temporada.
"Será estabelecido um sistema dirigido de testes para os corredores suspeitos e aqueles que passam por menos controles em seus países", assegurou a diretora do serviço antidoping da UCI, Anne Gripper.
Além disso, todos os ciclistas passarão por testes sanguíneos antes das três grandes voltas, e o conjunto das equipes será submetido pelo menos a quatro testes sanguíneos durante as corridas.
Também serão realizados testes surpresa de sangue nas equipes durante as concentrações de treino, e se estabelecerá um sistema dirigido para aqueles que apresentem elementos suspeitos.
A UCI pretende, além disso, criar um perfil hematológico de cada atleta, para poder comparar e avaliar as mudanças ao longo da temporada. "Acreditamos que comparar os diferentes níveis de um mesmo corredor seja mais eficaz na luta contra o doping do que estabelecer níveis fixos para todo o pelotão", assinalou Gripper.
Também será estabelecido um acompanhamento dos níveis de esteróides de certos atletas que, junto com o perfil hematológico, constituirá uma base de dados internacional que será administrada pela Agência Mundial Antidoping (AMA).
Todas as equipes assinarão um código de conduta contra o doping e se comprometerão a respeitá-lo. O programa antidoping da UCI será aplicado às equipes Pró Tour, mas Gripper considerou que servirá como exemplo a outras corridas.
Gripper assegurou que a verdadeira novidade do programa é que abrange todos os ciclistas e que, "frente à bateria atual de testes relativamente dispersos, com o novo sistema todos os corredores serão controlados e haverá um sistema mais refletido graças ao dos níveis hematológicos".
A UCI criará também um comitê de vigilância composto por representantes de todas as instâncias do ciclismo e que deverá "fazer com que o programa esteja vivo, que evolua em função das necessidades", indicou Gripper.
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