Lula: comércio com EUA cresceu 50% nos últimos 4 anos
Lula destacou que o memorando assinado hoje para o desenvolvimento de uma padronização de biocombustíveis foi mais um passo dado em busca do crescimento da economia, tentando reduzir os desequilíbrios regionais e em coerência com a estratégia brasileira de favorecer a integração regional com a manutenção da democracia. "Respeitamos as opções políticas e econômicas dos países", disse Lula, certamente referindo-se ao governo da Venezuela, do presidente Hugo Chávez, principal adversário político de Bush na região.
O presidente do Brasil lembrou que a prosperidade das nações se dá por meio do crescimento econômico, da expansão do comércio e da geração de empregos por meio da atração de investimentos produtivos. Assim, ele defendeu que os brasileiros e demais nações latino-americanas passem a enxergar na democracia uma forma de ascensão social, caso as nações mais ricas se disponham a abrir seus mercados para os produtos dos países mais pobres e também invistam em projetos de produção nas regiões menos favorecidas economicamente.
Bush reconheceu nas palavras de Lula que o comércio traz prosperidade às nações e insistiu que a visita dele ao continente latino-americano, iniciada ontem pelo Brasil, objetiva exatamente demonstrar que a democracia traz evolução social para as pessoas. "Me preocupo com o fato de que as pessoas não vejam a democracia tão sólida como a mensagem que diz que ela as beneficiam", admitiu Bush voltando-se a Lula.
O presidente norte-americano, que inicialmente felicitou Lula pela vitória nas eleições presidenciais do ano passado, admitiu também que o programa de biocombustíveis pode se tornar uma fonte de expansão de comércio entre os Estados Unidos e os países mais pobres. Ele lembrou que uma das metas lançadas pela administração dele é a de reduzir em 20% o consumo norte-americano até 2017, e programas como o etanol poderão dar suporte para a obtenção de êxito desta meta.
Bush insistiu que a visita dele também objetiva mostrar que o governo dos Estados Unidos se preocupa com as nações latino-americanas, a ponto de ele rejeitar uma análise de uma pergunta formulada por uma jornalista de que ele havia "virado as costas" para o continente. "Discordo sobre sua descrição sobre a política externa dos Estados Unidos para a região. Pode até ser uma percepção, mas não encontra abrigo nos fatos", rebateu Bush, ao acrescentar que o governo dele elevou de US$ 800 milhões para US$ 1,6 bilhão os investimentos na região em programas ligados às áreas de saúde e educação, considerados "humanitários". Além disso, ele alegou que trabalham nos Estados Unidos milhões de imigrantes latino-americanos e que remetem divisas para seus respectivos países, em uma demonstração do que seria, na visão dele, a "compaixão do povo norte-americano".
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