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Cidades/Geral
Sexta - 09 de Março de 2007 às 15:56

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A Sindicância Administrativa criada pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) para apurar as responsabilidades da fuga de nove presos da Cadeia Pública de Juína prorrogou para a próxima semana a conclusão do relatório de investigações. Seis agentes carcerários são suspeitos de facilitar a fuga dos presos. A Sindicância deve revelar se os agentes tiveram envolvimento no caso.

Neste momento, o sindicante e capitão da PM Sízano Attir de Oliveira Barbosa está aguardando a cópia do Inquérito Criminal produzido pelo Delegado da Delegacia Municipal de Juína, Alexandre Moraes Franco. Isto porque quando o sindicante chegou à cidade, o delegado já havia começado o inquérito. Segundo Barbosa, o relatório já contém mais de 260 laudas, somados os conteúdos das investigações administrativa e criminal. "Nós unimos nossas forças para procurar produzir um trabalho que atenda as necessidades e objetivos do Estado e da sociedade", afirmou Barbosa.

O capitão da PM disse ao RMT Online que o maior agravante, "que é notório", foi o fato de o buraco na cela usado na fuga ter sido encontrado pelos agentes só depois de três dias. Segundo Barbosa, as investigações indicam que os presos fugiram do local em dois momentos. "Diante das provas colhidas, tudo indica que inicialmente alguns presos fugiram do presídio pelo buraco feito na quinta-feira [8 de fevereiro]. No sábado [10] o restante também teriam evadido do local", revelou o capitão. Para Barbosa, esse informação é um dos focos da investigação.

Os nove presos fugiram por um buraco no teto do banheiro da cela 2. Fugiram da cadeia: Antônio Sales de Souza, Alex do Ouro da Silva, Edivaldo dos Santos, Raimundo dos Santos Feitosa, Edil da Silva Araújo, João Batista da Silva, Claudemir Ribeiro dos Santos, Walmir Pereira Bussolario e Jéferson João do Carmo Gonçalves. Segundo a direção do presídio, a cela que foi danificada na fuga já foi recuperada para evitar novas fugas.

Investigação

A suspeita sobre a participação dos agentes foi levantada porque seis desses presos estavam detidos em outras celas e conseguiram, de acordo com a Sejusp, "estranhamente" mudar para a cela onde ocorreria a fuga. Com a portaria, publicada no Diário Oficial do dia 15 de fevereiro, os seis agentes prisionais que atuavam na Cadeia Pública de Juína foram afastados das funções. Neste momento, eles estão em Cuiabá aguardando o resultado das investigações.

Conforme Barbosa, a investigação está praticamente concluída. O capitão está aguardando a cópia do inquérito policial para em seguida concluir o relatório, que será "bem explicativo e detalhado". Será revelado como funciona o sistema carcerário e se teve alguma outra interferência nesta situação. Segundo ele, a confecção do relatório deve ser feita com muito cuidado. Ele espera divulgar o relatório final na próxima semana.

Punição

Três dos agentes prisionais são contratados e há um decreto que diz que qualquer infração deve ser apurada por sindicância que, ao final, será encaminhada ao atual secretário de Segurança Pública, Carlos Brito.

Quanto aos outros funcionários concursados, a comprovação de facilitação indicaria uma falta grave. E será necessário abrir um processo disciplinar. Em seguida, é preciso encaminhar uma cópia para instalar um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para se comprovar essa falta. "Só o PAD apura esse tipo de falta. Esse imbrólio jurídico", afirmou Barbosa.

Remanejamento

De acordo com o sindicante, os agente acusados de facilitar a fuga foram remanejados. Atualmente estão trabalhando no Conselho Estadual de Entorpecentes (Conen/MT), em Cuiabá, exercendo outra função. A atitude foi tomada para não dificultar as investigações e não expor os agentes. "Dentro da questão trabalhista, o servidor não pode receber salário sem trabalhar. O remanejamento é uma questão preventiva", concluiu o capitão.





Fonte: RMT-Online

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