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Economia
Quarta - 03 de Abril de 2013 às 07:33

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O Banco Central (BC) não está passivo, “olhando a resistência da inflação”, disse ontem o presidente da instituição, Alexandre Tombini, em audiência pública no Senado. Tombini afirmou que o BC está acompanhando as condições da economia para avaliar as ações necessárias ao combate à inflação. Por causa da alta da inflação, o mercado financeiro espera que o Copom do BC aumente a taxa básica de juros, a Selic, que deve encerrar 2013 em 8,5% ao ano. Atualmente, a Selic está em 7,25% ao ano. 

Tombini disse que a inflação tem se mantido elevada por influência principalmente do segmento de alimentos e bebidas e pelo setor de serviços. De acordo com Tombini, ao se excluir do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alimentos e bebidas, a inflação em 12 meses encerrados em fevereiro fica em torno de 5%. O presidente do BC destacou que os preços agrícolas no atacado estão menores e que esse recuo ainda será repassado aos consumidores. 

Tombini comentou ainda declarações da presidenta Dilma Rousseff sobre a inflação. Segundo ele, em nenhum momento, as declarações da presidenta sugeriram tolerância do governo com a inflação. “Nada do que foi dito pela presidenta implica qualquer tolerância com a inflação”, disse. 

Ele acrescentou que “se e quando” achar necessário, o BC irá usar o instrumento de política monetária para fazer a “convergência da inflação se materializar”. 

Na semana passada, a presidenta Dilma disse ser contrária a medidas de combate à inflação que comprometam o ritmo de crescimento econômico do país. “Não concordo com políticas de combate à inflação que olhem a questão da redução do crescimento econômico, até porque nós temos uma contraprova dada pela realidade”, disse. “Esse receituário que quer matar o doente em vez de curar a doença, ele é complicado, você entende? Eu vou acabar com o crescimento do país? Isso daí está datado. Isso eu acho que é uma política superada”, acrescentou. 

Depois das declarações, foi publicada uma nota Blog do Planalto para dizer que os comentários foram mal interpretados pelo mercado financeiro. “Foi uma manipulação inadmissível de minha fala. O combate à inflação é um valor em si mesmo e permanente do meu governo”, disse a presidenta, de acordo com o informe. 

Segundo o Planalto, “agentes do mercado financeiro estavam interpretando erroneamente seus comentários como expressão de leniência em relação à inflação”. Além de divulgar a nota, Dilma Rousseff determinou que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, prestasse esclarecimentos sobre o assunto. 

Na audiência, ele falou também sobre o aumento das projeções da instituição para a inflação. “O Banco Central apresenta as suas melhores projeções em relação à inflação. A inflação no primeiro trimestre explica boa parte desse aumento na projeção para o ano”, explicou. 

Na última quinta-feira (28), o BC informou que a inflação deve chegar a 5,7% este ano. A projeção ficou 0,9 ponto percentual acima da previsão de dezembro e do centro da meta (4,5%). 

De acordo com as projeções do BC, a inflação deve apresentar variação acima do limite superior da meta ao longo deste ano. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em 12 meses, deve chegar ao final do primeiro trimestre em 6,5% e subir para 6,7% no segundo trimestre. Depois, a expectativa é que a inflação diminua para 6% e 5,7% no terceiro e quarto trimestres, respectivamente. Ao final de 2014, a estimativa é que a inflação fique em 5,3%. 

CÂMBIO – O BC está sempre pronto para fazer com que o mercado de câmbio funcione de forma adequada, sempre que necessário, de acordo com Tombini. Segundo ele, a atuação do BC em várias áreas, como no mercado à vista e em linhas de comércio exterior, é exemplo disso. 

Na audiência, Tombini enfatizou que o câmbio no país é flutuante e a atuação do BC é feita para evitar grandes oscilações na taxa cambial. “O Banco Central tem intervindo no câmbio tanto na desvalorização do real quanto da valorização. Um dos nossos princípios é retirar volatilidade excessiva”, disse. 

O presidente do BC também disse que o câmbio nominal “não é instrumento para estimular a economia”. De acordo com Tombini, essa conjectura sobre o câmbio nominal foi feita pelo mercado financeiro, mas já foi desfeita. “Entramos no mercado de forma pedagógica. Essa conjectura em relação à política cambial brasileira foi dissipada”. 

Segundo Tombini, o mais importante para a economia é a câmbio real (descontada a inflação). “Não adianta dar câmbio nominal com uma mão e tirar com a outra, com a inflação”, reforçou. 





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